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Ainda se lembra das promessas para Lisboa nas autárquicas de 1997?

Há 20 anos, Portugal teve eleições autárquicas, a meio de um dezembro muito chuvoso. Os protagonistas eram outros, mas as promessas… já eram as mesmas. Habitação e trânsito, ainda a duas décadas de distância dos problemas da massificação do turismo, dominavam as intenções dos candidatos.

Nesse dezembro de 1997, a Câmara de Lisboa era presidida por quem a recebera de ‘herança’. Com Jorge Sampaio (PS) a abandonar a autarquia para candidatar-se a Belém, mandou a hierarquia que João Soares subisse à liderança da capital. Não há coincidências, dirá Fernando Medina, o autarca atual que se estreou na presidência quando António Costa saiu para concorrer nas legislativas.

Numa Lisboa onde ainda havia 10 mil barracas, a habitação tornou-se no foco da campanha, com os candidatos a prometerem tudo por uma casa com renda acessível. E 1997 repete-se agora em 2017, mas desta vez a ‘culpa’ não é das barracas: é do ‘excesso’ de turismo, que transforma as habitações em unidades de alojamento local, umas mais legais, a grande maioria nem por isso…

O segundo tema dominante era o trânsito. A EMEL ainda não era odiada como é hoje, mas já se criticava o parqueamento e a desadequada oferta dos transportes públicos.

Em vez do CDS, era o PSR a fazer exigências para o metro. Assunção Cristas quer mais estações, Francisco Louçã (ainda se lembra dele?) defendia a expansão para as Amoreiras, Alcântara e Amadora.

Foi o fundador do Bloco de Esquerda quem, à época, melhor adjetivou a presidência de João Soares, como recorda o jornal Público: “O presidente-substituto decidiu considerar que os lisboetas seriam tão pacóvios que o elegeriam por ficarem de olho cheio com as inaugurações em véspera do voto”.

Nessas autárquicas de 1997, a direita (PSD/CDS) contrapôs Ferreira do Amaral (PSD/CDS) ao candidato da esquerda, João Soares (PS/PCP/PEV/UDP). A esquerda ficou com 10 mandatos, a direita com sete e o PSR de Louçã ficou com poucos mais votos do que o PCTP/MRPP.

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