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Acordo com pilotos da TAP “é bom” e não queremos ter voos cancelados, afirma David Neeleman

David Neeleman, que integra consórcio Atlantic Gateway, acionista privado da TAP, disse hoje que o acordo que a transportadora alcançou com os pilotos para a atualização salarial “é bom”, defendendo que o objetivo é “não ter voos cancelados”.

“O acordo é bom. Temos muitas reuniões em conjunto e sabemos que vida de piloto não é fácil. Eles têm algumas coisas que necessitam e nós não queremos ter voos cancelados”, disse David Neelman, que falava aos jornalistas, em Lisboa, à margem do Glen Summit – Editors Network.

O responsável defendeu que “agora está tudo bem”, classificando os pilotos como “ótimos parceiros”.

“A pior coisa para o cliente são os cancelamentos. Acreditamos que com o acordo foi tudo resolvido. Sabemos que tudo o que está a ser feito é importante para Portugal, mas sem a ajuda do aeroporto não vamos conseguir”, sublinhou.

Para resolver alguns dos constrangimentos do aeroporto Humberto Delgado, David Saleeman sugeriu a criação de “saídas rápidas”.

“O ano passado gastámos 12 milhões de euros [em combustível], enquanto andávamos às voltas no céu, [à espera] para poder aterrar. Agora com os combustíveis mais caros fica ainda mais difícil. […] Podiamos já ter feito aquilo que chamamos ‘saídas rápidas’, que todos os aeroportos já têm e que permitem, da mesma forma, operar com segurança”, concluiu.

Os valores de atualização salarial acordados entre a transportadora e a direção do SPAC – Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil são, de acordo com a proposta de atualização salarial a que a Lusa teve acesso, de 5,0 por cento em 2018, 5,0 por cento em 2019, 3,0 por cento em 2020, 1,0 por cento em 2021, 1,0 por cento em 2022, num total de 15,0 por cento.

Este aumento não contempla ainda a correção do Índice de Preços no Consumidor (IPC) no período, de 1,4 por cento em 2018, e de 2,0 por cento nos quatro anos seguintes, num total de 9,4 por cento, referindo-se que “os valores da inflação para o período de 2019 a 2022 são estimados” e que “será aplicável o valor real, independentemente do seu valor, desde que positivo”.

Na prática, este ano os salários dos pilotos da companhia aérea vão ter já um acréscimo de 6,4 por cento.

A proposta contempla ainda uma compensação aos pilotos por atraso na progressão técnica dos pilotos da TAP.

O acordo celebrado prevê também uma compensação que será aplicada “até ser respeitado o limite de 8 por cento das ‘block hours’ [unidade de medida usada na aviação] voadas no ano civil anterior pela TAP”, contratada a empresas pertencentes ao grupo, equivalente a “um vencimento base” em cada ano de incumprimento, pago em duodécimos, que oscila entre 283,33 euros por mês – para vencimentos brutos de 3.400 euros – até 520,83 euros – para vencimentos de 6.250 euros.

O ciclo de conferências Gen Summit – Editors Network prossegue até sexta-feira no Pátio da Galé, em Lisboa.

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