Em desespero, a mulher pendurada na janela do Bataclan, em Paris, protege-se dos atiradores. Estava grávida e suplicou por ajuda. Um homem respondeu ao apelo, mas a jovem não pôde agradecer. As redes sociais contam o capítulo seguinte desta história.
Foi uma das histórias por contar no Bataclan, no ataque durante o concerto dos Eagles of Death Metal, na sexta.
O ataque foi filmado da parte de fora, das traseiras do espaço de espetáculos. A corrida pela vida acabou por ser filmada, numa cena que exibia o desespero de pessoas a salvar amigos feridos.
Na varanda do edifício, quase sem forças, uma mulher. Lembra-se daquela grávida, que suplicava ajuda e revelava que a sua condição a deixava enfraquecida? Acabou por ser salva e encontra-se bem, tal como o feto, o filho que gera.
A mulher foi filmada por um jornalista do ‘Le Monde’, que mostra a fuga por uma das portas do Bataclan. O vídeo mostra uma mulher a gritar. Até que um homem aparece na janela e consegue puxá-la para dentro do Bataclan.
Mas a partir desta história nasceu uma outra. No meio do caos e na luta pela sobrevivência, a mulher perdeu o contacto com o homem que a salvou.
Não pôde dizer “obrigado”. Mas tinha na sua posse uma ferramenta que lhe permitiria cumprir essa demanda: as redes sociais.
O passo seguinte foi recorrer ao Twitter. Lançou um apelo e o pedido para que fosse partilhado, até que conseguiu encontrar o homem que permitiu que não caísse daquela janela.
O anúncio foi feito também no Twitter. Frans Torreele, amiga daquela mulher que segurou com os braços duas vidas, garantiu que a pessoa foi encontrada.
“Encontrámos o homem que ajudou a minha amiga a subir a janela do Bataclan. Obrigada”.
Nesta segunda-feira, Frans agradeceu a ajuda de milhares de pessoas que ajudaram nesta procura. E deu notícias da grávida. Está tudo bem.
Recorde-se que na passada sexta-feira um grupo de atiradores fez reféns as pessoas que assistiam ao espetáculo dos Eagles of Death Metal.
Abriram fogo e abateram alguns dos presentes, sendo que mais de 80 pessoas foram mortas. Cerca de 130 pessoas morreram em todos os ataques em Paris.
Veja o momento em que a grávida foi puxada para dentro do edifício que posteriormente foi ocupado pela polícia.