A Direção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH) alertou hoje para a subida do nível da água na bacia de Licungo nas próximas 48 horas, o que pode condicionar a circulação em alguns distritos do centro de Moçambique.
“A bacia do Licungo em Mocuba poderá continuar a registar subida do nível mantendo-se em alerta e condicionando a transitabilidade rodoviária entre Lugela-Milange, Namacurra-Maganja da Costa”, distritos da província da Zambézia, no centro de Moçambique, lê-se na nota do DNGRH.
O organismo do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos avança ainda que o aumento do nível da bacia hidrográfica de Licungo poderá causar inundações moderadas nos distritos de Maganja da Costa e Namacurra.
Além de Licungo, a DNGRH prevê o aumento do nível da água nas bacias de Maputo, no sul de Moçambique, Búzi na província de Sofala, zona centro e Messalo, Montepuez e Megaruma, na província de Cabo Delgado, no norte do país, embora sem destacar riscos de inundações.
“A DNGRH apela à observância de medidas de precaução, evitando a travessia do leito dos rios e apelando à retirada da população das zonas de risco”, acrescenta o documento.
Entre os meses de novembro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
Na época chuvosa em curso, desde outubro, um total de 47.572 pessoas foram afetadas, cinco morreram e outras 53 ficaram feridas devido aos efeitos do mau tempo, indicou o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
Moçambique emitiu um alerta laranja para todas as províncias do país, como forma de dar celeridade à mobilização de recursos para a assistência a vítimas e à reposição de danos, tendo em conta que a época chuvosa no país só termina em abril.
No total, durante o período chuvoso de 2018/2019, 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois ciclones (Idai e Kenneth) que se abateram sobre o país.