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Corticeira multada por assédio moral quer despedir trabalhadora

A ligação laboral entre a empresa Fernando Couto Cortiças S.A. e a trabalhadora Cristina Marques conhece novos episódios. A corticeira foi condenada ao pagamento de uma coima à funcionária, no decorrer desta semana, e agora pretende despedir Cristina, que vai responder a um processo disciplinar.

O caso não é novo e conhece agora novos episódios, numa semana em que se ficou a saber que a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) obrigou a empresa de cortiças ao pagamento de 31 mil euros à trabalhadora por assédio moral.

De acordo com o que adianta o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte (SOCN) e a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), a corticeira Fernando Couto Cortiças S.A., em Santa Maria da Feira, avançou esta quarta-feira para o despedimento da funcionária.

Cristina Marques já tinha sido reintegrada na empresa por decisão judicial e, posteriormente, denunciou práticas que foi alvo na empresa, nomeadamente, de acordo com o  Sindicato, a realização de “trabalho improdutivo”, “humilhante” e sob “tortura psicológica”.

Nesta quarta-feira, o Sindicato informa que “a operária voltou ao seu habitual ‘castigo’ – carregar e descarregar os mesmos sacos de rolhas na mesma palete, durante nove horas – e, não satisfeita, a entidade patronal comunicou hoje à trabalhadora que a mesma se encontra suspensa preventivamente para a organização de processo disciplinar tendente ao seu despedimento com justa causa”.

O SOCN faz uma leitura da situação e considera que o “despedimento por extinção de posto de trabalho – que o tribunal julgou ilícito – passou-se agora a um despedimento com justa causa por via disciplina”.

A administração da empresa de cortiças remeteu esclarecimentos para o advogado Nuno Cáceres.

À Lusa, o advogado explica que a suspensão da funcionária tem por objetivo “a condução de um inquérito sobre uma série de factos fabricados que ela tem vindo a propalar publicamente”.

Nuno Cáceres, em nome da empresa, explica que a corticeiro está a trabalhar para que “sejam desmontadas uma série de mentiras que a funcionária tem andado a disseminar e que vêm prejudicando o ambiente de trabalho e a reputação da empresa”.

O advogado sustenta ainda que a empresa “até aqui, é certo, não tem sabido defender-se e agora decidiu que é tempo de adotar outra postura, até para poder recorrer devidamente da coima da ACT”.

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