Cultura

Vídeo: “Um país sem Cultura é uma área mal ocupada”, diz Nuno Lopes

O ator Nuno Lopes subiu ao palco para receber o prémio Sophia e num discurso teceu duras críticas à tutela da Cultura, lembrando que o setor continua marcado pela “desresponsabilização e desinvestimento”, por parte do Governo. “Um país sem cultura não é um país, é uma área mal ocupada”, lamentou Nuno Lopes.

Ao aceitar o prémio Sophia, pela interpretação no filme S. Jorge, o ator apontou o dedo à falta de investimento na Cultura.

“Continuamos a ser desrespeitados constantemente, com os atrasos nos concursos e na forma pouco clara como os subsídios são atribuídos”, salientou.

Nuno Lopes lembrou que todos os profissionais culturais continuam a lutar, “desesperadamente”, para que seja cumprida a exigência de ver pelo menos um por cento do Orçamento de Estado atribuído ao setor.

“Um por cento é o que pedimos. O que temos é apenas menos do que 0,2 por cento”, denunciou.

O ambiente de festa, pela distinção com o Prémio Sophia, transformou-se num “momento triste”, pois a “responsabilidade” exigia que o consagrado ator aproveitasse a ocasião para revelar o que vai mal na Cultura.

“A Cultura é uma responsabilidade do Estado. Juntem-se a nós e façam a vossa parte, senhores governantes”, instou o premiado, ovacionado pela sala.

“Um país sem Cultura não é um país, é uma área mal ocupada”, concluiu Nuno Lopes.

Veja o vídeo.

1% para a Cultura – Nuno Lopes nos Prémios Sophia

Veja o momento em que o actor Nuno Lopes, premiado pela sua interpretação no filme "S. Jorge", na gala dos Prémios Sophia, denuncia a política de austeridade, desresponsabilização e desinvestimento na Cultura dos últimos anos, que infelizmente prossegue. Nuno Lopes denuncia o baixo nível de investimento do Estado e lembra a exigência de 1% do Orçamento do Estado para a Cultura, como patamar mínimo. "Um país sem cultura é uma área mal ocupada.", concluiu, depois de dedicar o prémio a todos os profissionais que ficaram impossibilitados de exercer a sua arte, por falta de apoios.O Manifesto em defesa da Cultura defende que não é possível uma política de serviço público de cultura, de apoio às artes no todo do território nacional, que não é possível qualquer justiça na distribuição dos apoios, sem um plano resoluto de investimento na Cultura, ao nível do Orçamento do Estado. A evolução dos acontecimentos provou que esta luta é incontornável. Nenhuma concurso, nenhum júri, nenhuma directora regional, nenhum secretário de Estado ou falso ministro serão capazes de interromper o descalabro na Cultura, sem o reforço adequado do Orçamento do Estado para a Cultura.Exigimos um plano claro e com metas concretas para atingir, no final da legislatura, 1% do OE para a Cultura – no apoio às artes, à conservação, gestão e divulgação do património e à investigação, no apoio à democratização da Cultura em todo o território nacional.

Publicado por Manifesto em defesa da Cultura em Terça-feira, 27 de Março de 2018

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