O Brasil, o maior produtor de café, está em seca, o que poderá provocar uma subida global dos preços. Em Portugal, beber um café poderá custar quase um euro, tomando por referência um preço médio de 65 cêntimos. A estimativa é da corretora Golden Broker.
Grão a grão pode vir a encarecer o café: a seca que o Brasil atravessa terá reflexos nos mercados internacionais, dado ser o maior produtor mundial desta cultura.
A subida nos preços rondará os 50 por cento, avança uma estimativa divulgada pela corretora Golden Broker. Isto significa que beber um café em Portugal, algo que em média custa 65 cêntimos, poderá significar um pagamento de quase um euro.
“Com uma subida de mais de 50 por cento do preço do café em apenas dois meses, perspetiva-se que isso possa ter um impacto significativo no comércio nacional de café, em particular junto do consumidor final”, explicou o corretor João Pinto.
No caso de Portugal, onde as estimativas apontam para a existência de quase oito milhões de consumidores, um aumento de 50 por cento no preço de referência de 65 cêntimos levará o café a custar entre 90 cêntimos a um euro.
As mesmas estimativas apontam para um consumo de 4,1 quilos de café per capita por ano, o equivalente a 2,2 chávenas por dia. São mais 16 milhões de cafés servidos diariamente, 480 milhões por mês ou mais de 5700 milhões por ano.
“Estes valores têm vindo a diminuir, pois 80 por cento dos portugueses bebem café fora de casa e os preços têm subido, com a taxa do IVA a ser responsável pelos cerca de 65 cêntimos que se paga, em média, por um café”, acrescentou o profissional da Golden Broker.
A corretora deixa uma salvaguarda: entre março de 2011 e outubro de 2013, quando o preço do café caiu 70 por cento nos mercados internacionais, a maioria dos estabelecimentos nacionais não alterou o preço de um café expresso.
Porém, João Pinto acredita que produtores e distribuidores venham a pressionar para que o preço para o consumidor final seja aumentado.
O problema para a escalada dos preços do café no mercado internacional está na seca que o Brasil atravessa. O maior produtor mundial teve o mês de janeiro mais quente dos últimos 20 anos.
