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1.º Maio: Cerca de 35 mil pessoas desfilam em Moçambique por melhores condições

Cerca de 35 mil pessoas desfilaram hoje em Maputo exigindo “aumentos salariais” e “melhores condições” de vida numa concentração alusiva ao 1.º de Maio, segundo números da Organização dos Trabalhadores de Moçambique – Central Sindical (OTM-CS).

O desfile decorreu na Praça dos Trabalhadores, com hinos e cartazes de repúdio pela subida do custo de vida.

Os participantes criaram notas de 260 meticais que exibiram para criticar o “insignificante aumento” do salário mínimo de 3.999 meticais (54,8 euros) para 4.255 meticais (58,3 euros) para os funcionários e agentes do Estado.

“Um aumento de 260 meticais é absurdo para quem acorda todos os dias para ir trabalhar e paga impostos para que este país cresça. É quase um insulto para nós”, observou Olga Nunes, funcionária num dos centros de saúde de Maputo.

Além dos aumentos salariais, os trabalhadores exigiram que o Ministério dos Trabalho e Segurança Social preste mais atenção aos casos de irregularidades contratuais em várias instituições, com destaque para as empresas de segurança privada.

“Muitas vezes trabalhamos mais de oito horas, sem receber horas extra, nem subsídio de alimentação. Onde está o Governo, que tem o dever de proteger o trabalhador”, questionou Alberto Macuácua, segurança privado.

Falando no final do evento, o secretário-geral da Organização dos Trabalhadores de Moçambique Central Sindical, Alexandre Munguambe, apelou ao Governo para que preste atenção às revindicações.

Sublinhou, no entanto, que a principal central sindical moçambicana está ciente de que o país atravessa uma crise.

“Estamos conscientes de que os resultados que alcançámos nas negociações com o Governo para o aumento salarial ainda não satisfazem os trabalhadores”, observou Munguambe, acrescentando ser fundamental que se mantenha o diálogo.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o índice de preços ao consumidor subiu 6,7 por cento nos últimos 12 meses em Moçambique, menos do que os cerca de 15 por cento de 2017 e abaixo da taxa de 19 por cento em 2016.

Subordinada ao lema “Sindicatos juntos na luta pelos direitos laborais”, a concentração de hoje contou com a presença do presidente do Município de Maputo, David Simango, além de personalidades do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

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