Governo não assume culpa no roubo em Tancos
O Governo menciona erros e falhas sistemáticas em Tancos que culminaram no roubo de material de guerras nos paióis nacionais. No relatório do Ministério da Defesa, que foi entregue na Assembleia da República, o Executivo menciona portas e fechaduras degradadas, rede de segurança estragada, entre outras lacunas… ao longo dos anos.
Sem responder às questões ‘quem foi, quando, como e porquê’, o Governo remete o relatório aos parlamentares e ao Presidente da República e explica que essas respostas vão ser dadas no fim da investigação que decorre na Justiça.
Até lá, o ministério da Defesa salienta ser preciso esperar “serenamente, para resposta cabal, pelo termo das investigações (que, à data da divulgação deste dossier, ainda decorrem), orientadas por quem de direito, o Ministério Público”.
No relatório que tem como título ‘Tancos 2017: Factos e Documentos’, e que foi entregue agora, o Governo explica que “existem diversas deficiências/lacunas ao nível das estruturas, entre as quais se destacam as seguintes: as portas não têm os requisitos de segurança exigidos; as fechaduras não têm os requisitos de segurança exigidos”.
No relatório, que tem cerca de 100 páginas, o Governo conclui que, entre outras coisas, a existência de “sensores e sistemas de vigilância que não funcionam” e outros “erros sistémicos” ao longo dos anos.
O Governo aponta ainda que a vigilância não fosse feita em “unidade” e com tenha decorrido “sem normas claras” e por várias brigadas militares de forma diferenciada.
O material roubado em Tancos, no ano passado, acabou por aparecer meses mais tarde, na Chamusca, só que… mais material, descoberto pela Polícia Judiciária Militar.
A explicação para aparecer mais material do que o que foi roubado
Para isso, o relatório tem uma explicação.
“Foi dado como provado que, após um exercício militar em que houve devolução de material explosivo, o arguido (Sargento), por lapso, não atualizou a folha de registo de quantidades de material.”
O roubo de Tancos foi identificado no dia 28 de junho durante uma ronda móvel.
O relatório nota que o assalto foi realizado “sem recurso a violência, mesmo porque os locais de onde foram retirados os materiais não estavam vigiados em permanência”.