O fiscal que indignou as redes sociais era, afinal, jornalista do JN
Um jornalista não deve ser notícia, mas, neste caso, Paulo Lourenço, repórter do Jornal de Notícias, não teve qualquer culpa no incidente que gerou indignação em centenas de pessoas, nas redes sociais.
A história começa numa fotografia, na praia, em que um jornalista daquele diário fazia uma reportagem com um vendedor de bolas de Berlim.
O traje não era de banhista e a abordagem não era a de um comprador de bolas de Berlim. A conversa com o vendedor de bolas de Berlim foi mais prolongada, o que suscitou dúvidas nas testemunhas.
As dúvidas depressa se transformaram em certezas. Era um fiscal das Finanças, claro, e estava a multar o pobre vendedor, porque este não estava a passar faturas dos bolos que vendia.
Esta foi a teoria (imaginária) criada em redor de outro facto. Publicada nas redes sociais, a fotografia deu origem a inúmeros comentários, de pessoas que não se conformavam com tamanha atitude de fiscais da Autoridade Tributária, que se predispunham a calçar chinelo e vestir calção para poderem multar e enriquecer a máquina do Fisco.
“Anda a circular nas redes sociais uma imagem de um fiscal das finanças a multar um vendedor de bolas de berlim na praia por, aparentemente, não passar factura (o sistema de passar facturas deve ser bastante fácil de transportar na praia)”, leu-se no site O Insurgente.
Ira, fúria, espanto, comentários, partilhas. A história multiplica-se. O Facebook tratou de a viralizar.
Hoje, porém, a verdade é reposta: não, o vendedor de bolas de Berlim não foi multado. E o ‘fiscal’ não era um veraneante, estava mesmo a trabalhar, mas para outro ofício.
