EDP: Bloco identifica “os 28 governantes” que passaram pela empresa
O Bloco de Esquerda mantém o cerco a PS, PSD e CDS no caso das rendas excessivas das elétricas e hoje identifica os “28 governantes” destes partidos que passaram pela administração da EDP.
O texto, assinado por Adriano Campos, começa por lembrar o “jovem adjunto do secretário de Estado do Comércio Externo” de 1991 que se tornou no atual CEO da EDP.
“António Mexia constitui o exemplo mais conhecido das portas giratórias entre o poder político e económico abertas pela EDP, mas longe de ser caso único”, salienta o BE.
E são então apresentados os “28 políticos” que passaram pela administração da elétrica que era portuguesa, “16 do PS, 10 do PSD e dois do CDS”, e ” seletos quadros em áreas chave, como é o caso de Vital Moreira”, que integrou o Conselho e Geral e de Supervisão da EDP.
“Só nos governos de Cavaco Silva é possível identificar mais sete membros que viriam a ser cooptados pela EDP, além de um ministro e um secretário de Estado da Indústria e Energia que passaram da EDP para o governo”, contabiliza o partido.
E são citados os nomes: Luís Mira Amaral, Nuno Ribeiro da Silva, Luís Filipe Pereira, Vítor Martins, Jorge Braga de Macedo, Faria de Oliveira, Oliveira Godinho, José Pedro Sucena e Eduardo Catroga.
Com a privatização, a Iberdrola “cooptaria o ministro Pina Moura”.
“O resultado destes governos socialistas foram mais nove governantes com ligações à EDP”, continua o Bloco: “Mário Cristina de Sousa, Eduardo Oliveira Fernandes, José Penedos, João Nascimento Batista, Diogo Lacerda Machado, Emílio Pereira Rosa, Luís Braga da Cruz, António Nogueira Leite e António Vitorino”.
Com José Sócrates, “uma nova fornada de governantes” chegou à EDP: Celeste Cardona, Rui Pena “e o já conhecido caso de António Mexia”.
Quando veio a troika, “abandonado o discurso dos ‘centros de decisão nacional’, Carlos Moedas e Eduardo Catroga lideraram as negociações” com os credores, “carimbando a promoção do segundo a ‘chairman’ da nova EDP entregue ao capital chinês”.
“Um poder implacável na manutenção das rendas garantidas no setor, fazendo curvar todo um governo em menos de 48 horas”, frisou o Bloco de Esquerda.