Nas Notícias

Zorrinho diz que Passos é “ridículo” ao culpar Sócrates pelo rigor da troika

carlos_zorrinho1Carlos Zorrinho, líder parlamentar do PS, considera “ridícula” a teoria apresentada por Passos Coelho, que apontou o dedo a José Sócrates pelo facto de o ajustamento financeiro ter sido negociado para três anos. Zorrinho lembra que o memorando com a troika não é um documento estático e “já foi alterado em diversas alíneas”.

Passos Coelho, durante o debate quinzenal, ontem, dissera que a culpa do prazo para ajustamento financeiro de Portugal ser tão curto (apenas três anos) é de José Sócrates, primeiro-ministro à data da assinatura do memorando com a troika.

Zorrinho, que prestava declarações à imprensa após uma reunião do grupo parlamentar socialista, hoje, considera esse argumento “ridículo”. O líder parlamentar do PS realça que o acordo com o Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia não é um documento imutável.

“O memorando de entendimento com a troika não é um documento estático. É algo que pode evoluir”, defendeu Carlos Zorrinho, assinalando que o atual Governo tem o poder de propor alterações, para dilatar o prazo do ajustamento.

E Carlos Zorrinho lembra que o documento original rubricado por José Sócrates, na anterior Legislatura, já foi alvo de mudanças. “Essa afirmação do primeiro-ministro é absolutamente ridícula. O memorando já foi alterado em dezenas de alíneas e o atual Governo já fez diversas e significativas alterações ao memorando”, disse Zorrinho.

O atual Governo pode contar com o apoio do PS, no sentido de aumentar o prazo (em mais um ano) para cumprir as metas. “O executivo tem, nesse objetivo, o apoio do Partido Socialista. Além de que a troika nunca se opôs a uma medida como essa”, lembrou.

Em nome do PS, Zorrinho sustenta também que o Governo está a cometer erros, ao não defender mudanças no memorando, no sentido de dotar o documento de características capazes de “promover o crescimento e o emprego”.

O líder parlamentar do P S colocou a tónica na teoria de que as circunstâncias atuais não são as mesmas que se verificavam aquando do resgate a Portugal, o que deveria levar o Governo de Passos Coelho a rever o acordo, para o adaptar à realidade.

“Não existe nenhum motivo para que o Governo – verificando que as circunstâncias são mais duras – continue a flagelar as empresas e as pessoas. É preferível ter mais tempo para cumprir as metas a que comprometer o futuro de Portugal”, salienta Carlos Zorrinho, que considera que Espanha e Grécia devem também pensar do mesmo modo.

Em destaque

Subir