Tiago Monteiro voltou às vitórias no Campeonato do Mundo de Carros de Turismo, que não saboreava desde 2010. A primeira conseguida aos comandos do Honda Civic, e graças a uma estratégia e a uma segunda corrida em Xangai irrepreensíveis.

Numa prova em que se debatia com a desvantagem de um carro 40 quilos mais pesado, o piloto português sabia que só uma tática bem estudada poderia permitir-lhe superar tal obstáculo, somado ao facto da pista chinesa não ser favorável ao Honda.

E se a primeira parte do ‘trabalho’ ficou feita na qualificação, quando conseguiu a posição ideal da decisiva sessão, dada a inversão da grelha para a segunda corrida, faltava aproveitar a ‘pole position’ para esse confronto arrancando bem e liderando da primeira à última volta.

Foi o que fez Tiago Monteiro, que na primeira corrida do dia não arriscou e não foi além do 11.º posto, reservando todo o seu esforço para o segundo confronto, onde aí, sim, atacou mal se acendeu o semáforo verde.

Não só o piloto do Porto não se deixou surpreender da largada pelo seu companheiro de equipa, como depois se foi afastando de Gabriele Tarquini, que teve mesmo de se contentar com a segunda posição, numa corrida onde a Honda monopolizou o pódio, graças à terceira posição de Norbert Michelisz.

“Já por algumas vezes podia ter chegado ao lugar mais alto do pódio, mas só aconteceu hoje. E acho que numa altura muito boa e num circuito que achávamos quase impossível de o fazer”, começou por dizer Tiago Monteiro após a prova.

“Foi uma corrida muito dura, apesar de ter mantido a liderança após o arranque. O Tarquini não tornou a minha vida fácil, sempre a pressionar. As indicações que a equipa nos deu foi que lutássemos ambos pela vitória mas com ‘fair play’. E foi o que aconteceu. Torna tudo ainda mais especial”, prosseguiu.

“A Honda está também de parabéns por conseguir colocar os seus três carros no pódio”, refriu também Tiago Monteiro, que relativamente à atitude na primeira corrida assumiu a atitude defensiva, salientando que “rodar no meio do pelotão não é fácil”.

“Estamos a chegar ao final da época e esta vitória é muito importante para mim, porque mostra realmente o excelente trabalho que temos vindo a fazer e dá motivação extra, quer para a última corrida em Macau, quer para 2014”, concluiu o piloto português.

Destaque ainda para a vitória de Tom Chilton na primeira corrida, totalmente dominada pelos Chevrolet Cruze, que ocuparam as cinco primeiras posições, e onde o jovem inglês da RML conseguiu bater o seu companheiro de equipa, o campeão do Mundo Yvan Muller.

Classificação

Corrida 1

1.º Tom Chilton (Chevrolet) 26m28,234s
2.º Yvan Muller (Chevrolet) + 0,010s
3.º James Nash (Chevrolet) + 14,737s
4.º Alex MacDowall (Chevrolet) + 15,455s
5.º Pepe Oriola (Chevrolet) + 16,441s

Corrida 2

1.º Tiago Monteiro (Honda) 19m26,090s
2.º Gabriele Tarquini (Honda) + 1,178s
3.º Norbert Michelisz (Honda) + 4,143s
4.º Robert Huff (SEAT) + 5,470s
5.º Yvan Muller (Chevrolet) + 5,739s