A Audi não partiu para as 24 Horas de Le Mans deste ano como favorita mas acabou por levar a melhor, após um final dramático, em que André Lotterer, Marcel Fassler e Benoit Trelyuer chamaram a si o seu triunfo na prova.
Um após outro os adversários da marca alemã foram claudicando, mais parecendo um baralho de cartas, devido sobretudo a problemas mecânicos e inicidentes, que também afetaram a Audi, mas que a equipa conseguiu ultrapassar com mais sucesso, tirando partido da sua grande experiência na grande clássica da resistência francesa.
Embora a Toyota partisse para a corrida com o favoritismo conferido pela ‘pole position’ e pelas vitórias conseguidas nas duas provas anteriores do campeoato do mundo de resistência (WEC) deste ano, depressa se percebeu que ganhar uma corrida de seis horas era completamente diferente que impor-se numa prova de 24 horas.
Primeiro foi a intempérie surgida no começo da prova, que sob um autêntico dilúvio provocou o incrível acidente que causou danos no Toyota n.º 8 e colocou fora de prova o Audi n.º 3 que Filipe Albuquerque deveria guiar, impedindo o português de se estrear este ano em Le Mans.
Depois, e já com várias horas de liderança, e já na fase noturna da corrida, uma avaria elétrica fez o outro Toyota, o n.º 7 parar em plena pista e acabar com as esperanças que a marca japonesa tinha para ganhar a prova.
Restava a regressada Porsche para impedir que a Audi materializasse a sua 13.ª vitória em Le Mans. Um problema turbo no R18 n.º 1 deixou a dúvida que a marca dos quatro anéis concretizasse tal objetivo. Mais de 23 minutos nas boxes fizeram com que Tom Kristensen, Marc Gene e Lucas di Grassi caissem para a terceira posição.
Depois de um furo no começo da corrida fazer atrasar o Porsche n.º 14, restava o 919 Hybrid n.º 20 para fazer frente ao Audi R18 e-Tron n.º 2 de Fassler, Lotterer e Trelyuer, que ao repetir os problemas de turbo do carro ‘irmão’ a três horas do fim deixou a dúvida pairar sobre a concretização de uma nova vitória.
Felizmente a paragem nas boxes não foi suficiente para desalojar o Audi n.º 2, que na 22.ª hora de corrida viu o Porsche n.º 20 claudicar quando Mark Webber abrandou subitamente de velocidade em pleno circuito para abandonar nas boxes
Estava garantida não apenas a terceiira vitória de Lotterer, Fassler e Trelyuer em Le Mans como a dobradinha da Audi, que viu o R18 n.º 2 de Kristensen, Gene e Di Grassi a terminarem no segundo posto, com o Toyota n.º 8 a recolher os despojos do último lugar do pódio, depois de Nicolas Lapierre, Anthony Davidson e Sebastien Buemi aproveitarem também da desistência do Porsche n.º 20.
Uma prova de má memória para os três portugueses que participaram este ano, já que depois da desistência também Álvaro Parente ficou pelo caminho, devido a muitos problemas no Ferrari 458 n.º 52 da RAM Racing e Pedro Lamy se atrasar bastante devido a avaria na direção assistida no Aston Martin n.º 98, com que chegou a liderar a categoria GTE AM.
Classificação final
1.º Fassler/Lotterer/Treluyer (Audi) 379 voltas em 24h01m59,830s
2.º Di Grassi/Gene/Kristensen (Audi) + 3 voltas
3.º Davidson/Lapierre/Buemi (Toyota) + 5 voltas
4.º Prost/Heidfeld/Beche (Rebellion Toyota) + 19 voltas
5.º Dolan/Tincknell/Turvey (Zytek Nissan) + 23 voltas
6.º Thiriet/Badey/Gommendy (Ligier Nissan) + 24 voltas
7.º Chatin/Panciatici/Webb (Oreca Nissan) + 24 voltas
8.º Rast/Charouz/Capillaire (Oreca Nissan) + 25 voltas
9.º Brundle/Mardenborough/Shluzinskiy (Ligier Nissan) + 25 voltas
10.º Klien/Hirsch/Brandela (Morgan-Judd) + 27 voltas
