Economia

Wall Street fecha em baixa e maio é o primeiro mês do ano com saldo negativo

A bolsa nova-iorquina tornou hoje a cair pesadamente e fechou maio com a primeira queda mensal do ano, afetada pela ameaça do Presidente norte-americano, Donald Trump, de impor taxas alfandegárias punitivas sobre as importações provenientes do México.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 1,41 por cento, para os 24.815,04 pontos.

O índice tecnológico Nasdaq baixou 1,51 por cento, para as 7.453,15 unidades, e o alargado S&P500 abandonou 1,32 por cento, para os 2.752,06 pontos.

“Donald Trump estendeu a guerra comercial e dirigimo-nos agora para a tempestade”, resumiu Peter Cardillo, da Spartan Capital.

A partir de 10 de junho, os EUA vão impor ao México taxas alfandegárias suplementares de 5 por cento sobre os bens importados a partir do México, enquanto os imigrantes clandestinos continuarem a afluir aos EUA passando pela fronteira com o México, disse hoje Donald Trump.

Os títulos das construtoras automóveis norte-americanas, muito dependentes do México, em termos de produção e subcontratação, foram particularmente afetados. A General Motors perdeu 4,25 por cento, a Fiat Chrysler 5,82 por cento e a Ford 2,26 por cento.

Muito sensíveis à conjuntura económica, os valores tecnológicos também acusaram a degradação da relação bilateral, com a Amazon a recuar 2,27 por cento, a Facebook 3,03 por cento e a Microsoft 1,63 por cento.

Por seu lado, as ações das petrolíferas ficaram muito enfraquecidas devido a uma queda dos preços do petróleo. A ExxonMobil perdeu 1,67 por cento.

A ameaça feita hoje por Trump encerrou o mês de maio, no qual já tinha anunciado no dia 05 o agravamento entre 10 por cento a 25 por cento das taxas alfandegárias aplicadas pelos EUA a importações chinesas que ascendem a 200 mil milhões de dólares (179 mil milhões de euros).

Este conflito comercial provocou um nervosismo acrescido dos mercados, conduzindo à sua primeira baixa mensal desde dezembro.

Com efeito, neste mês o Dow Jones perdeu 6,69 por cento, o Nasdaq recuou 7,93 por cento e o S&P500 desvalorizou 6,58 por cento.

O próprio anúncio de 05 de maio tinha sido antecedido por outros que incidiram sobre mercadorias com valor de 250 mil milhões de dólares (224 mil milhões de euros) provenientes da China, no quase um ano que dura o braço-de-ferro entre Pequim e Washington.

Esta disputa político-comercial conheceu novas peripécias hoje. Pequim anunciou a criação da sua própria “lista negra” de empresas estrangeiras “não fiáveis”, sem contudo avançar nomes, em resposta à ofensiva norte-americana contra o seu grupo de telecomunicações Huawei.

No mercado obrigacionista, a taxa de juro da dívida pública norte-americana a 10 anos continuou a sua queda depois de ter baixado nos últimos dias, atingindo hoje o seu valor mais baixo desde setembro de 2017, nos 2,1263 por cento.

A queda da taxa de juro significa que os investidores preferem sair dos ativos considerados arriscados como as ações, trocando-os por outros vistos como mais seguros, designadamente as obrigações do Estado norte-americano.

Esta descida das taxas de juro verifica-se geralmente quando a procura aumenta, o que ao mesmo tempo provoca o aumento do preço destes produtos financeiros.

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