Economia

Wall Street fecha em baixa devido à subida do receio com a conjuntura económica

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em nítida baixa, com o forte recuo das taxas de juro nos EUA a reavivar as inquietações dos investidores com o crescimento da economia internacional, em pleno conflito sino-norte-americano.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,93 por cento, para os 25.347,77 pontos. Este índice agrava assim o seu recuo depois de ter, pela primeira vez desde 2011, registado uma série de cinco semanas consecutivas de baixa.

O tecnológico Nasdaq perdeu 0,39 por cento, para as 7.607,35 unidades, enquanto o alargado S&P500 desvalorizou 0,84 por cento, para as 2.802,39.

Os índices, que tinham começado a sessão com uma tendência de subida, no regresso de um fim de semana prolongado, foram perdendo terreno à medida que descia a taxa de juro de referência no mercado obrigacionista, a relativa à dívida pública a 10 anos.

Esta taxa desceu hoje para os 2,261 por cento, o seu nível mais baixo desde setembro de 2017.

Este recuo, que traduz um vivo recuperar do interesse por um ativo geralmente considerado como um valor refúgio em período de incerteza geopolítica ou de arrefecimento económico, dominou os sentimentos dos investidores em Wall Street.

“Os atores do mercado obrigacionista parecem pensar muito claramente que a economia mundial se prepara para travar”, traduziu Karl Haeling, do banco LBBW.

Bem entendido, sublinhou, a evolução do mercado acionista também é orientada tradicionalmente por outros elementos que não as antecipações de crescimento dos países, como o facto de os investidores historicamente serem reticentes à compra de títulos em maio.

“Mas, a curto prazo, o mercado acionista demonstra de forma visível algum nervosismo, perante a mensagem enviada pelo mercado obrigacionista”, considerou.

Os investidores inquietam-se em particular cada vez mais da escalada de tensões comerciais entre as duas principais potências da economia internacional.

O tom endureceu brutalmente desde maio, quando o Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu impor novas taxas alfandegárias sobre mais de 200 mil milhões de dólares (179 mil milhões de euros) de importações provenientes da China.

O conflito agravou-se depois com a recente decisão do Governo norte-americano de colocar o conglomerado chinês de telecomunicações Huawei na lista negra dos EUA, invocando argumentos de segurança nacional.

Trump não esclareceu a situação hoje, quando estimou, a partir do Japão, que os EUA “não estão prontos” para concluir um acordo com a China, mas que existem “muito boas hipóteses” de o assinar em breve.

Os investidores mantêm também alguma atenção ao que se passa na Europa, onde as negociações se multiplicam para designar os novos dirigentes das instituições europeias, depois das recentes eleições.

Os analistas da Mirabaud Securities salientaram que os investidores “também se interrogam sobre as consequências potenciais da multa de três mil milhões de dólares que a Comissão Europeia pode infligir à Itália por desrespeito das regras comunitárias em matéria de endividamento e défice orçamental estrutural”.

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