Economia

Wall Street fecha em baixa depois de assassínio de general iraniano pelos EUA

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em perda, devido ao assassínio de um general iraniano influente pelos EUA, o que provocou a subida do preço do petróleo e aumentou os receios de uma escalada de tensões entre os dois países.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,81 por cento, para os 28.634,88 pontos.

Da mesma forma, o tecnológico Nasdaq cedeu 0,79 por cento, para as 9.020,77 unidades, e o alargado S&P500 desvalorizou 0,71 por cento, para as 3.234,85.

Estes índices bolsistas, que tinham alcançado valores recordes na véspera, foram atingidos hoje pelo medo de uma escalada na tensão no Médio Oriente, depois do assassínio do general Qassem Soleimani, um influente dirigente iraniano, na quinta-feira por um ataque de ‘drones’ realizado pelos EUA, em Bagdade.

A morte, que provocou reações de inquietação no mundo, foi ordenada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, depois de um ataque à embaixada dos EUA em Bagdad, capital iraquiana

Com receio de uma perturbação na produção de petróleo no Médio Oriente, os preços do barril subiram imediatamente, fechando com uma alta de 3,5 por cento em Londres e 3,1 por cento em Nova Iorque.

Setores como o do transporte aéreo, para o qual o carburante representa um custo importante, foram atingidos negativamente, com por exemplo a transportadora American Airlines a recuar 4,95 por cento.

Para Ian Shepherdson, economista na Pantheon Macroeconomics, a questão agora “não é a de saber se o Irão vai responder, mas como”. E “para os investidores o elemento-chave é o impacto que a resposta iraniana pode ter nos preços do petróleo”, em particular se as infraestruturas petrolíferas iranianas se tornarem o alvo de eventuais ataques ou se Teerão decidir bloquear a circulação de petroleiros no estreito de Ormuz.

Uma subida dos preços do combustível pode ter por consequência a redução do rendimento disponível dos consumidores norte-americanos, mas aproveitar aos produtores de petróleo nos EUA.

“A Reserva Federal (Fed) já reconheceu publicamente que a subida dos preços do petróleo não prejudica o crescimento da economia, mas os investidores e a comunicação social ainda não absorveram esta ideia”, sublinhou Shepherdson.

Para Gregori Volokhine, da Messchaert Financial Services, a descida dos índices bolsistas, que hoje ocorreu, acabou por ser moderada.

Os investidores “ainda se lembram do mês de setembro e dos ataques às infraestruturas petrolíferas da Arábia Saudita”, disse, recordando que, “na altura, os movimentos nos mercados foram nulos durante alguns dias”, referiu.

Para os investidores, “trata-se de um acontecimento geopolítico que, à semelhança de outros, não altera nada na dinâmica dos mercados que existe desde há meses”.

“A saber, temos o vento pelas costas, com uma economia que se anuncia melhor do que esperado, tensões comerciais que se apaziguam e a Fed do lado dos investidores”, sintetizou Volokhine.

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