Economia

“Podia viver sem ordenado e sem pensões”, assume Eduardo Catroga

Eduardo Catroga, o ex-ministro das Finanças que se gaba de ter uma pensão milionária, admitiu que não precisa de se reformar. “Tenho uma base que gera rendimentos de tal forma que podia viver sem ordenado e sem pensões”, revelou.

Citado pelo Eco, o presidente cessante da EDP (passa para consultor do accionista maioritário da elétrica chinesa, a China Three Gorges) teceu declarações que envergonham o Presidente da República, que ainda há dias considerou “uma vergonha” a crescente (e gritante) desigualdade social em Portugal.

O ex-ministro das Finanças, polémico pelas críticas aos descontos que fazia (por ganhar muito),  assumiu que aceitou o convite para ser consultor do gigante chinês porque escolheu “nunca” se reformar.

Mas não é que precise do salário, fez questão de explicar.

“Hoje tenho uma base patrimonial que gera fluxos de rendimento de tal forma que podia viver sem ordenado e sem pensões”, afirmou Eduardo Catroga.

Em entrevistas anteriores, o gestor sempre insistiu que procura obter “uma remuneração elevada” para que o valor da pensão continue a subir.

“A minha pensão aumenta todos os anos porque continuo a trabalhar e a descontar para a Segurança Social”, insistiu: “Se tenho uma pensão alta é fruto das contribuições feitas ao longo de 50 anos para a Segurança Social”.

De acordo com o Bloco de Esquerda, Eduardo Catroga recebia da EDP 639 mil euros por ano, como ‘chairman’, ao qual somava uma pensão de 9600 euros mensais.

A título de exemplo, refira-se que a Segurança Social gastou, em todo o ano de 2016, 2 261 850 euros (dados do INE) no somatório das pensões de sobrevivência.

Em 2017, segundo a Pordata, havia 720 162 beneficiários da pensão de sobrevivência em Portugal, o país com a eletricidade mais cara da Europa.

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