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Visita de PR moçambicano ao Vaticano pretende aprofundar relação intensa

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, visita na quinta e sexta-feira o Vaticano em mais um capítulo que simboliza o aprofundamento das relações bilaterais, que começaram por ser atribuladas, nos anos de 1970, e mais tarde começaram a normalizar-se.

As frequentes denúncias dos dirigentes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) da colaboração entre a Igreja Católica e o regime colonial português marcaram o início da relação.

A fase de maior animosidade veio com a nacionalização de escolas e centros de saúde que a Igreja Católica detinha, no quadro das relações que mantinha com o Governo colonial português.

Depois, Maputo começou por reagir mal às primeiras abordagens católicas sobre a necessidade de diálogo com a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) para o fim da guerra civil – que se iniciou em 1976 -, olhando com desconfiança para a isenção do clero.

No entanto, a Frelimo acabou aceitando a mediação da Comunidade de Sant´Egídio, uma entidade ligada à igreja, até à assinatura do Acordo Geral de Paz, em Roma, em 1992.

O grande sinal de que Moçambique pretendia abrir uma nova página nas relações com o Vaticano foi a aceitação da visita do Papa João Paulo II ao país, em setembro de 1988.

Por outro lado, a abertura política introduzida pela primeira Constituição multipartidária em Moçambique, aprovada em 1992, permitiu à Igreja Católica voltar a ter um papel de relevo no campo social, com a recuperação de escolas e unidades de saúde que perdera com a independência em 1975.

A Igreja Católica foi novamente convidada, através da Comunidade de Sant´Egídio, a mediar o conflito militar entre o Governo da Frelimo e a Renamo, que eclodiu depois das eleições gerais de 2014.

O executivo moçambicano e a Renamo acabaram por dispensar os mediadores internacionais no processo, optando por negociações diretas ao mais alto nível, com o acompanhamento de um grupo internacional de contacto.

O Governo da Frelimo e a Renamo estão a negociar um novo acordo de paz, depois do cessar-fogo sem limite anunciado em dezembro de 2016 pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama, que morreu devido a complicações de saúde a 03 de maio deste ano.

As armas calaram-se no centro do país, zona de conflito, e as negociações em curso incluem acordos para a descentralização do poder, desarmamento e reintegração das forças da Renamo.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, efetua uma visita oficial ao Vaticano na quinta e sexta-feira, a convite do papa Francisco, anunciou a Presidência da República em comunicado.

O chefe de Estado vai manter conversações oficiais com o papa e tem encontros agendados com o cardeal Pietro Parolini, secretário de Estado da Santa Sé, bem como com a Comunidade de Santo Egídio e com a comunidade moçambicana residente na Itália.

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