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Viseu: Candidato não eleito do PSD nomeado para “lugar que não existia”, diz o PS

viseu 210viseu bigFernando Marques, sétimo da lista do PSD à Câmara de Viseu nas últimas autárquicas, foi nomeado para “um lugar que não existia” remunerado na Sociedade de Reabilitação Urbana, denuncia José Junqueiro, um vereador de um PS que vai trabalhar num “quarto fechado”.

Um candidato não eleito pelo PSD, Fernando Marques, vai ser “o gestor do centro histórico”, como o apresentou na semana passada o presidente da autarquia, Almeida Henriques (PSD). A nomeação é agora contestada pelo PS, através de José Junqueira, que acusa o presidente da Câmara de mentir aos munícipes: “o que ele disse em campanha é que nomearia um administrador do centro histórico e que para isso haveria um concurso”.

Concurso que não existiu, denunciou o vereador socialista: o arquiteto Fernando Marques, que foi o sétimo nome que o PSD apresentou na lista para a Câmara e que não foi eleito, foi escolhido para um cargo remunerado na Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU). O PS reconhece que a Câmara tem “legitimidade para nomear quem muito bem entender”, mas José Junqueiro defendeu que em causa está a “criação de um lugar que não existia” e que representa uma “despesa acrescida para a Câmara”.

“Neste momento foi arranjar um lugar que não existia. E arranjou esse lugar para um membro que foi da sua equipa à Câmara. Tem legitimidade para o fazer? Tem. Não concordamos com isso, mas damos o benefício da dúvida até ao momento em que nos apresente o plano para o centro histórico”, reforçou o vereador socialista.

Na reunião do executivo camarário, os eleitos pelo PS abstiveram-se na votação do nome do candidato não eleito do PSD para vogal executivo e na indicação de Ana Paula Santana, antiga vereadora e que também não foi eleita (ocupava o sexto posto, logo acima de Fernando Marques), para a entidade responsável pela gestão dos parques empresariais do município, a Gestin Viseu.

“Também não podíamos dar o nosso voto favorável, porque a Gestin Viseu ou é extinta ou deve ter uma solução credível”, argumentou José Junqueiro, acrescentando que o presidente da Câmara, Almeida Henriques, comprometeu-se nessa reunião “a apresentar uma solução credível até ao fim do ano”.

José Junqueiro comentou ainda o gabinete no qual vai desempenhar as funções para as quais foi eleito e que não dispõe, alega, das “condições adequadas a administradores da casa”, explicando-se: “nem uma janela tem, é um quarto fechado. Temos uma mesa redonda, um telefone, uma secretária e algumas coisas arrumadas, com uma aparelhagem”.

“É neste espaço que temos de trabalhar, é aqui que vamos dar conferências de imprensa e onde vamos receber munícipes”, garantiu José Junqueiro: “o que ficou combinado é que sempre que a oposição usar o gabinete, deve informar para que possa existir um trabalho de coordenação”.

A nomeação de Fernando Marques foi justificada por Almeida Henriques, na semana passada, como necessária devido ao alargamento das funções da SRU. O arquiteto foi apresentado como “o gestor do centro histórico”, o qual será gerido nas vertentes urbanística, de reabilitação, de centro comercial ao ar livre, de animação e de dinamização cultural.

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