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Violência entre namorados: Medicina Legal registou perto de 700 casos

violencia no namoroA violência entre namorados aumentou 44 por cento ao longo do ano passado, de acordo com os dados apurados pelo Instituto de Medicina Legal. Faltou um para serem 700 casos (foram 699), depois dos 484 registados em 2014, e entre as vítimas houve adolescentes de 14 anos.

Os dados chegaram ao conhecimento público antes do Dia de São Valentim, ou Dia dos Namorados, que ontem vários casalinhos fizeram questão de assinalar.

Ao longo do ano passado, o Instituto de Medicina Legal registou quase 700 casos de violência entre namorados: faltou só um para que o número fosse redondo.

Um estudo realizado por César Santos, representante da Comissão Nacional de Prevenção de Violência Doméstica do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), apurou que houve menos 6,6 por cento denúncias ao longo de 2015, mas os casos de violência entre namorados ou ex-namorados aumentou 44,4 por cento.

Em 2015, os técnicos do INMLCF apuraram que, de um total de 23.752 participações, 699 pessoas foram submetidas a perícias médicas para confirmar que eram vítimas de violência no namoro.

Em 2014, este número foi de 484 pessoas.

Numa análise por grupos etários, o estudo demonstrou que quase metade das 699 que realizou exames periciais tinha até 25 anos, com 42 dos casos a serem adolescentes com idades entre os 14 e os 17 anos.

“É preciso algum grau de consciência e de decisão interior para uma vítima de uma relação que deveria ser de amor, paixão e romantismo tomar uma decisão de ir a uma esquadra apresentar queixa contra o namorado ou ex-namorado”, argumentou João Pinheiro, vice-presidente do INMLCF, em declarações à Lusa.

A esmagadora maioria dos casos (87 por cento) teve homens como agressores e mulheres como vítimas.

Na maior parte dos casos (52,9 por cento), a violência ocorreu num relacionamento que terminou e não num namoro ‘em curso’.

Os peritos lembram, contudo, que nem todas as vítimas fazem queixa, pelo que os números oficiais “não representam o fenómeno da violência no namoro na sua globalidade, mas sim o que chega até ao Instituto de Medicina Legal”.

“Pode-se namorar uma vida toda e bater ao longo de toda a vida”, lamentou João Pinheiro.

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