A população de pandas gigantes na China aumentou 17 por cento numa década. O problema está em explicar isto: As políticas de conservação estão a resultar? Ou foram melhoradas as metodologias de contagem e ampliada a zona de monitorização?
Em 2013, 1864 pandas gigantes habitavam as províncias de Sichuan, Shaanxi e Gansu, na China. Comparando com os dados de 2003, o último ano em que foi realizado um censo desta espécie, registou-se uma subida de 17 por cento.
Os dados são do Governo chinês, mas não são os oficiais. Foram os fornecidos à WWF, a organização multinacional que mantém (e paga) um programa de conservação do panda gigante.
As notícias de que há mais pandas gigantes animou os especialistas, mas rapidamente o entusiasmo terminou. É verdade que há mais animais, mas também o é que aumentou a zona em que a espécie é monitorizada, tal como foram aplicadas novas (e melhores) metodologias censitárias.
Assim, a notícia do aumento da população de pandas gigantes em liberdade na China rapidamente deu origem a dúvidas quase existenciais: há mais animais porque as políticas de conservação estão a resultar ou porque foram ‘melhor contados’ ao longo da última década?
Desde 2003 para cá, a China já criou 27 novas reservas. De acordo com os dados de 2013, 67 por cento dos pandas em liberdade vivem numa das 67 reservas naturais, delimitadas e protegidas pelo regime.
Acresce ainda o problema de… contar pandas. As estimativas são feitas com base em dados como as marcas de dentadas em bambus, o que não permite apurar dados rigorosos como, por exemplo, uma contagem por ADN, que poderia ser obtido através da recolha de matéria fecal.
Independentemente das dúvidas, a WWF não hesita em elogiar a política chinesa para estes animais, considerados um ícone do país.
O aumento da população de pandas gigantes “testemunha o empenho e trabalho das autoridades chinesas ao longo dos últimos 30 anos”, de acordo com a vice-presidente da organização, Ginette Hemley.