Uma entrevista de Margarida Rebelo Pinto à RTP, onde a escritora diz que sente “repulsa” pelos portugueses que se manifestam – por revelarem “falta de civismo” e “falta de inteligência” –, suscitou uma enorme polémica. Rebelo Pinto elogia o Governo, defende as taxas moderadoras e os cortes salariais. E critica os anteriores executivos, que são os culpados desta austeridade. “Agora temos estes governantes, vamos confiar neles e ver o que acontece”, diz Margarida Rebelo Pinto.
A escritora Margarida Rebelo Pinto participava numa entrevista na RTP e foi convidada a comentar a realidade nacional, sobretudo as manifestações na Assembleia da República e a reação dos portugueses às políticas de austeridade.
E a resposta foi extremamente crítica para com os manifestantes. “Fico profundamente triste em ver este tipo de falta de civismo das pessoas que vão tentar perturbar aqueles que tentam governar o país”, começou por dizer Rebelo Pinto.
Para Margarida Rebelo Pinto, além de ausência de “civismo”, há também uma “falta de memória e de inteligência”. “Já tenho manifestado alguma repulsa e pena que isto aconteça”, afirmou.
A escritora defende o Governo de Passos Coelho: “É bom que as pessoas não tenham memória curta e que percebam que não chegámos aqui por acaso. Não é este Governo o responsável pela situação ultraprecária que as pessoas vivem neste momento. Houve vários Governos com medidas suicidas, a longo prazo”.
Os agravamentos nas taxas moderadoras são corretos. “Toda a gente fica chocada com as taxas moderadoras. Eu acho muito bem que sejam aplicadas. São máquinas muito grandes. Esta coisa de usar todos os serviços e mais alguns e não estar disposto a pagar”, disse a escritora.
Segundo Margarida Rebelo Pinto, “quando há uma situação grave, o inteligente é escolher as soluções de mal menor”. E o Governo tem seguido esse caminho. E até tem conseguido grandes conquistas. “O Governo conseguiu que o preço dos medicamentos baixasse”, lembra a escritora.
Também os cortes salariais merecem um aplauso. “Como todos os cidadãos, também sofri cortes. Todos ganhamos menos e temos de aprender a viver ganhando menos. Não é com esta atitude de ‘treinador de bancada’ que é muito típico dos portugueses, e ir para lá [Assembleia da República] que as coisas se resolvem. Agora temos estes governantes, vamos confiar neles e ver o que acontece”, disse a escritora.
Margarida Rebelo Pinto considera que “há uma falta de responsabilidade civil, neste tipo de manifestações. “Há medidas impopulares, mas são as medidas possíveis”, conclui.
As suas palavras causaram ruído nas redes sociais, onde os portugueses acusam Rebelo Pinto de não conhecer a realidade do país.
Margarida Rebelo Pinto apresentava o livro “Há Sempre uma Primeira Vez”, um livro que fala de afetos, de esperança e de otimismo, nas relações amorosas.
Assista ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=UlqFH93rELI