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Vídeo: Ativistas resgatam beagles de laboratório suspeito de maus-tratos

beagle210beagle bigUm grupo de ativistas invadiu o Instituto Royal, no Brasil, para resgatar os cães de raça beagle devido às suspeitas de maus tratos. Um promotor explica que o ato pode ter consequências desastrosas: as eventuais provas foram destruídas e permanece o risco de contágio.

Foi uma noite agitada em São Roque, no Brasil. Mais de uma centena de pessoas invadiram um laboratório para resgatar os cães que eram vítimas de alegados maus tratos. Ao arrombarem as instalações, os ativistas acabaram por destruir as provas que poderiam sustentar os argumentos. Em resposta, o Instituto Royal apresentou queixas formais pelo roubo de animais e por invasão e destruição de propriedade privada.

Os relatos de maus-tratos no laboratório já eram antigos, mas ontem à tarde começou a circular um rumor de que, devido às queixas mais recentes, várias dezenas de cães, gatos e coelhos iriam ser abatidos para eliminação de provas. Foi o suficiente para que, por volta das 2h00, fossem mais de 120 os ativistas que realizaram a invasão. Seguiu-se uma caravana automóvel, com dezenas de viaturas particulares a levarem os beagles para vários destinos.

O Instituto Royal, garantindo ao Bom Dia São, Paulo que realiza todos os testes com animais dentro das normas e exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), classificação o ato como terrorismo. A nível legal, a vivissecção (dissecação de animais vivos para estudos) é uma prática autorizada no Brasil.

beagle invasao

“Vários gritos de cães”

As queixas de maus-tratos contra animais visando o laboratório já são antigas. No Ministério Público de São Roque corre ainda a investigação a uma denúncia, em 2012, que motivou duas inspeções, uma das quais por “veterinária de uma organização internacional”, como revelou o promotor Wilson Velasco Júnior: “nenhuma irregularidade foi encontrada”.

Hoje, duas queixas entraram na polícia, admitiu o delegado Marcelo Sampaio Pontes. Uma ativista do Movimento Frente Antivivisseccionista do Brasil apresentou uma queixa por maus-tratos, com base nos “vários gritos de cães” que se ouviram no local e, sustentou, “indicavam que os animais estavam sendo submetidos a tratamentos cruéis”. “Sentiam muita dor”, acrescentou a queixosa, relatando que os “gritos dos cães” eram ouvidos pelo menos quatro vezes por dia.

A outra queixa foi apresentada pelo Instituto Royal – furto qualificado e invasão e destruição de propriedade privada – e sustenta-se no relatório da polícia. Os agentes, chamados à ocorrência, relataram que  várias dependências do laboratório foram depredadas e que não restava qualquer cão no local.

“Várias pastas contendo documentos, bem como computadores medicamentos e placas de acrílico contendo o que parecem ser testes foram recolhidos e apresentados pelos policiais”, referiu ainda o delegado. A única conclusão da perícia é o furto dos cães. De acordo com os vários relatos publicados por ativistas nas redes sociais, no laboratório havia mais de 200 animais.

Viaturas suspeitas

Os rumores de maus-tratos foram ainda fomentados pelos acontecimentos na tarde de ontem. Três carrinhas e um pequeno camião atravessaram a pequena manifestação que se realizava junto ao Instituto, fomentando a desconfiança de que iriam levar os cadáveres do abate que, supostamente, estaria a ser feito pela empresa.

Alguns ativistas exigiram vistoriar os veículos, o que foi negado por todos os motoristas. A empresa aceitou marcar uma reunião para o final da tarde, com representantes dos ativistas e da autarquia, mas em cima da hora o encontro foi cancelado porque, segundo o Instituto Royal, não estavam reunidas as condições de segurança.

Na única reunião que ocorreu, o promotor Wilson Velasco Júnior tentou desaconselhar a invasão. “Quando eles”, os ativistas, “invadiram e depredaram o laboratório destruíram as provas”, explicou-se. O ato poderá ter consequências dramáticas se se confirmar que os beagles estavam mesmo as ser alvo de experiências. Velasco Júnior questiona: e se, ao resgatarem os cães dos edifícios, as pessoas estiveram a libertar animais infetados com doenças contagiosas?

“O primordial agora é encontrar esses cães e apurar se eles podem causar algum dano à saúde de outros animais e das pessoas. Também precisamos examiná-los para saber se foram vitimas de maus tratos”, concluiu.

https://www.youtube.com/watch?v=jewvcOJdYbk

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