Sebastian Vettel conseguiu a sua segunda vitória da temporada no Grande Prémio da Malásia, relançando a sua campanha no campeonato e, consequentemente a defesa do título mundial, naquela que foi até agora a corrida mais longa do ano.
Sabia-se que o traçado de Marina Bay, com curvas lentas cortando retas muito rápidas, era propícia a toques e acidentes, e mais uma vez isso aconteceu, obrigando à entrada do ‘Safety Car’ em duas ocasiões.
Mas o que foi mais decisivo foi o abandono de Lewis Hamilton, que depois de arrancar bem da ‘pole position’ liderou a corrida nas primeiras 23 voltas, altura em que a caixa de velocidades do seu McLaren cedeu e o obrigou a abandonar, comprometendo as suas aspirações ao título.
Quem beneficiou com a desistência do inglês foi Sebastian Vettel, que depois de um excelente arranque da terceira posição da grelha de partida ocupava a segunda posição após a largada. Sem Hamilton no seu caminho, o campeão do Mundo procurou gerir a sua vantagem para Jenson Button.
No único McLaren sobrevivente, o campeão de 2009 procurou por todos os meios aproximar-se de Vettel, mas as entradas do ‘Safety Car’ – primeiro devido a uma colisão de Narain Karthikeyan no muro, e depois quando o Mercedes de Michael Schumacher abalroou o Toro Rosso de Jean-Eric Vergne – acabou por obrigar Button a efetuar a terceira paragem nas boxes na mesma altura de Vettel, sendo assim obrigado a seguir na peugada do alemão até final.
A quinta posição na grelha de partida não favorecia Fernando Alonso, mas o espanhol da Ferrari não tardou a chegar-se aos lugares da frente, ainda que com mais dificuldade do que o habitual, pois ultrapassar nas ruas da cidade-estado do Sudoeste asiático nunca é tarefa simples.
O líder do campeonato rodou durante várias voltas atrás de Pastor Maldonado, que apesar de arrancar de segundo se viu surpreendido por Sebastian Vettel e Jenson Button na largada. O venezuelano da Williams resistiu a Alonso enquanto pôde, até problemas hidráulicos o obrigarem a desistir, por ocasião da primeira entrada do ‘Safety car’.
A partir dessa altura o espanhol da Ferrari procurou controlar a sua diferença para o quarto classificado e garantir o 81.º pódio da sua carreira. Um resultado que permite a Fernando Alonso manter de forma segura o comando do campeonato.
Longe dos homens da frente, mas extremamente consistente, Paul di Resta soube aproveitar a estratégia de duas paragens seguida pela Force India para obter um excelente quarto lugar. O melhor resultado do ano para o escocês.
Mas se Di Resta conseguiu um top quatro depois de uma boa qualificação, a quinta posição de Nico Rosberg resultou sobretudo da estratégia – também de duas paragens – seguida pela Mercedes somada a percalços alheios, nomeadamente as desistências de Hamilton e Maldonado, e a tática errada seguida por Mark Webber.
O australiano da Red Bull até arrancou bem da sétima posição, mas a altura em que parou e as opções de pneus acabaram por quase deixá-lo fora dos pontos. E para conseguir terminar entre os dez primeiros teve de arriscar alguma coisa para deixar para trás Bruno Senna e Daniel Ricciardo.
Como se previa os Lotus debateram-se com enormes dificuldades no traçado de Marina Bay, e se Kimi Raikkonen foi sexto no final deveu-o bastante à consistência e à experiência, que na fase final da corrida o colocaram à frente do seu companheiro de equipa.
É que se o finlandês arrancou de um desvantajoso 12º lugar da grelha, Romain Grosjean prometia muito mais do que o sétimo posto ao largar da oitava posição. Mesmo assim o francês cumpriu o mínimo que dele se exigia no regresso da suspensão de uma corrida em Monza.
A oitava posição de Felipe Massa também premiou o brasileiro da Ferrari pela recuperação efetuada no último terço da corrida, já que a 13ª posição da grelha de partida prometia bastantes dificuldades.
Classificação
1.º Sebastian Vettel (Red Bull-Renault) 2h00m26,144s
2.º Jenson Button (McLaren-Mercedes) + 8,959s
3.º Fernando Alonso (Ferrari) + 15,227s
4.º Paul Di Resta (Force India-Mercedes) + 19,063s
5.º Nico Rosberg (Mercedes) + 34,759s
6.º Kimi Raikkonen (Lotus-Renault) + 35,700s
7.º Romain Grosjean (Lotus-Renault) + 36,600s
8.º Felipa Massa (Ferrari) + 42,800s
9.º Daniel Ricciardo (Toro Rosso-Ferrari) + 45,800s
10.º Mark Webber (Red Bull-Renault) + 47,100s
11.º Sergio Perez (Sauber-Ferrari) + 50,600s
12.º Timo Glock (Marussia-Cosworth) + 1 volta
13.º Kamui Kobayashi (Sauber-Ferrari) + 1 volta
14.º Nico Hulkenberg (Force India-Mercedes) + 1 volta
15.º Charles Pic (Marussia-Cosworth) + 1 volta
16.º Heikki Kovalainen (Caterham-Renault) + 1 volta
17.º Pedro De la Rosa (HRT-Cosworth) + 1 volta
18.º Bruno Senna (Williams-Renault) + 2 voltas
19.º Vitaly Petrov (Caterham-Renault) + 2 voltas
Campeonato do Mundo
Condutores
1.º Alonso 194 pontos
2.º Vettel 165
3.º Raikkonen 149
4.º Hamilton 142
5.º Webber 133
6.º Button 119
7.º Rosberg 9
8.º Grosjean 82
9.º Perez 65
10.º Massa 51
11.º Di Resta 44
12.º Schumacher 43
13.º Kobayashi 35
14.º Hulkenberg 31
15.º Maldonado 29
16.º Senna 25
17.º Vergne 8
18.º Ricciardo 6
Construtores
1.º Red Bull-Renault 298 pontos
2.º McLaren-Mercedes 261
3.º Ferrari 245
4.º Lotus-Renault 231
5.º Mercedes 136
6.º Sauber-Ferrari 100
7.º Force India-Mercedes 75
8.º Williams-Renault 54
9.º Toro Rosso-Ferrari 14
