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Vendas de imóveis a não residentes com “crescimento expressivo”, mas menor, em 2018

As vendas de imóveis a não residentes registaram um “crescimento expressivo” de 14,5 por cento em número e 22,2 por cento em valor em 2018 face a 2017, representando 8,2 por cento das transações, proporção mais alta desde 2012, segundo o INE.

Dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que, no ano passado, foram vendidos a não residentes 8,2 por cento dos imóveis transacionados em Portugal, correspondendo a 13,0 por cento do valor total, o que compara com 7,7 por cento e 11,5 por cento, respetivamente, em 2017.

Apesar do “crescimento expressivo” registado em 2018 nas vendas de imóveis a não residentes – 14,5 por cento em número e 22,2 por cento em valor – o INE nota que esta evolução ficou aquém da de 2017, em que o aumento foi de 19,2 por cento em número e de 22,6 por cento em valor.

O valor médio dos prédios vendidos a não residentes foi de 171.178 euros, mais 58 por cento que o valor médio das transações globais (108.016 euros), tendo esta diferença relativa aumentado face a 2017, ano em que tinha sido de 49 por cento.

Mais de um terço do valor das aquisições de não residentes correspondeu a imóveis com valor unitário igual ou superior a 500 mil euros, destacando o INE o “elevado valor mediano” (297,2 mil euros) dos imóveis vendidos a residentes na China, que foi “quase seis vezes superior ao conjunto do mercado (53 mil euros)”.

O instituto assinala ainda “os valores elevados atingidos nas compras efetuadas por residentes no Brasil e, a alguma distância, no Reino Unido e nos EUA”.

“Foi essencialmente a partir de 2013 que o número e o valor dos imóveis adquiridos por não residentes com valor igual ou superior a 500 mil euros mais cresceram em Portugal, mais que duplicando em número e quase duplicando em valor face a 2012”, refere o instituto estatístico.

Destacando que “em 2014 esse crescimento acentuou-se, particularmente em valor, passando estes imóveis a representar quase metade do valor total dos imóveis adquiridos por não residentes nesse ano”, o INE nota que “foi nestes anos que se iniciaram, em termos efetivos, as ‘Autorizações de Residência em Portugal para Atividades de Investimento – ARI’, vulgarmente designadas por Vistos Gold”.

Tal como em 2017, foram os residentes em França que mais imóveis adquiriram em Portugal (19,7 por cento do valor total), seguidos pelos residentes no Reino Unido (16,9 por cento), Brasil (8,3 por cento), China (5,1 por cento) e Alemanha (4,9 por cento).

Mais de três quartos do valor das aquisições por não residentes concentram-se na Área Metropolitana de Lisboa (39,5 por cento) e no Algarve (35,9 por cento).

Foi também na Área Metropolitana de Lisboa que o valor médio destas aquisições foi mais elevado (322,5 mil euros), seguida do Algarve (214,8 mil euros).

“Em ambos os casos os valores médios dos imóveis vendidos a não residentes em 2018 aumentaram face ao ano anterior (+16,5 por cento e +6,4 por cento, pela mesma ordem) e foram significativamente superiores à média global nessas regiões (incluindo na média global os imóveis vendidos a residentes em Portugal), respetivamente em +62,9 por cento e +35,0 por cento”, refere o INE.

Considerando o período entre 2012 e 2018, do total de imóveis transacionados, 7,1 por cento foram adquiridos por não residentes em Portugal, verificando-se, com exceção de 2016, “uma tendência de crescimento desta proporção, que atingiu o seu máximo em 2018 (8,2 por cento)”.

Relativamente ao valor global, os imóveis adquiridos por não residentes no mesmo período representaram 12,5 por cento do total das transações efetuadas entre 2012 e 2018, tendo-se registado uma proporção máxima de 15,7 por cento em 2014.

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