O vídeo dos “Gladiadores do Altar” está a gerar polémica. A Igreja Universal do Reino de Deus tem recrutado elementos para o “Exército Evangélico”, mas há quem veja neste culto a formação de jovens para uma jihad em nome do Deus cristão.
O termo jihad, que significa ‘guerra santa’, foi assumido pela generalidade das línguas após muitos anos de combates entre radicais islamitas e judeus (sobretudo no eterno conflito entre Israel e Palestina). Mas poderá também envolver os cristãos, séculos após as cruzadas por Jerusalém?
No Brasil, uma religião com base no cristianismo fez rebentar a polémica com um vídeo dos “Gladiadores do Altar”. Estes elementos do “Exército Evangélico” da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) demonstram comportamentos e rituais paramilitares que, segundo os críticos, são comparáveis à Alemanha nazi ou, mais recente, pelo infame Estado Islâmico (ISIS).
“A semelhança com rituais praticados pelo exército de Hitler na época nazi ou mais atualmente pelo Estado Islâmico, cujas práticas principais são dominar o mundo com um só pensamento – que consideram o único verdadeiro – e aniquilar quem pensa diferente, também é lembrada. Foi manifestada preocupação com a força que uma alienação religiosa pode levar alguns a fazer em nome de ‘Deus’, como a formação de membros intolerantes como os de grupos que fazem o EI e Al-Qaeda”, escreveu o jornalista Vagner Santos.
O vídeo em causa rapidamente se tornou viral nas redes sociais brasileiras, não estando a ser partilhado apenas por quem compartilha a fé da IURD. Muitos dos comentários admitem o receio de uma eventual “ditadura evangélica”.
No século XXI, uma jihad não se trava apenas pelo combate militar. Os especialistas apontam um aumento da influência dos evangélicos nas principais instâncias políticas do Brasil. Tal como o radicalismo islâmico impõe a ‘sharia’, um Estado laico poderá aprovar leis ‘evangélicas’ baseadas em dogmas religiosos, como a legalização apenas de uma forma de casamento: o heterossexual.
https://www.youtube.com/watch?v=BYJKyJrqHgk
