O Papa Francisco deu mais um passo na luta pela “integridade, estabilidade e transparência dos setores económico-financeiros” ao instituir, através de um ‘Motu proprio’, um Comité de Segurança Financeira. O objetivo é acabar com os casos de lavagem de dinheiro em instituições religiosas.

Francisco, que desde o início se assumiu como ‘o Papa dos pobres’, deu mais um passo para ‘limpar’ o Vaticano dos escândalos ligados ao setor financeiro, em especial os relacionados com a lavagem de dinheiro. Através de um ‘Motu proprio’, um decreto assinado diretamente pelo chefe de Estado, o sumo pontífice determinou, hoje, a criação de um Comité de Segurança Financeira.

A função desta comissão é, de acordo com o texto do decreto, promover a “integridade, estabilidade e transparência dos setores económico-financeiros”, no que é interpretado pelos especialistas como um reforço da luta contra a lavagem de dinheiro.

O grupo vai ter sete pessoas e inicia funções no sábado, dando seguimento ao plano inicial traçado pelo antecessor de Francisco. Foi Bento XVI quem iniciou o processo de constituição de uma equipa, com poderes especiais, para desenvolver o trabalho de prevenção e combate a situações como a lavagem de dinheiro, o financiamento ao terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa.

O ‘Motu proprio’ hoje assinado define ainda a extensão da aplicação das leis vaticanas aos discatérios da Cúria Romana, bem como a outros organismos e entidades ligados à Santa Sé e às organizações sem fins lucrativos com personalidade jurídica canónica que tenham sede no Vaticano.

O decreto, segundo a Rádio Vaticano, regulamenta ainda a função de vigilância da Autoridade de Informação Financeira, dando seguimento a uma recomendação emitida pelo Conselho da Europa.