“Não temos nenhum relato em Portugal nos últimos tempos de casos relacionados com esta estirpe”, garantiu o especialista, acrescentando que “em fevereiro foi assinado um protocolo, entre a Direção-Geral de Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, que torna este programa de vigilância mais eficaz”.
Resposta rápida
Esse protocolo “alarga este mecanismo de vigilância para um outro âmbito”, argumentou: “mantendo o relatório trimestral ou semestral de vigilância e ‘report’ [denúncia], criámos um sistema de relato imediato, no momento em que é isolado determinado grupo de bactérias, que é raro mas que é muito resistente”.
José Artur Paiva aproveitou para explicar que o Programa Nacional de Prevenção de Resistências aos Antimicrobianos assenta em duas metodologias: “uma, que já existia, que se destina a que os laboratórios de microbiologia com periodicidade de três em três meses, ou pelo menos de seis em seis, relatem ao Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e à DGS os níveis de resistência de determinado nível de bactérias”.
O primeiro sistema destina-se a bactérias “que têm algum nível de resistência, mas são já relativamente frequentes”, enquanto o segundo,” de relato imediato para resposta rápida, é destinado a resistências raras, mas de elevado grau, de forma a que a resposta seja mais rápida”, como será o caso de, eventualmente, a CRE chegar a Portugal.
“Se aparecer em algum laboratório, está montado este sistema para que se criem logo mecanismo de resposta e de contenção”, frisou o responsável.