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Vale e Azevedo luta para evitar a extradição para Portugal

vale-azevedoEm entrevista à agência Lusa, o ex-presidente benfiquista Vale e Azedevo, que tem o passaporte confiscado pelas autoridades inglesas e que está proibido de sair do país, considera “ilegal” o terceiro mandado europeu. Vale afirma que vai lutar pelos seus direitos e evitar a extradição para Portugal.

A residir em Londres desde 2007, Vale e Azevedo afirma sentir-se um “exilado, um injustiçado e uma vítima” dos excessos da justiça portuguesa. O ex-presidente do Benfica enfrenta um processo desde 16 de fevereiro de 2001, quando foi detido, no âmbito do caso Ovchinnikov, que lhe “destruiu a vida” e a transformou “num inferno”.

Agora, o terceiro mandado de captura emitido pela justiça portuguesa, a 9 de junho de 2011, está em análise no High Court (tribunal britânico de segundo instância), onde será realizada uma audiência.

Vale e Azevedo, transtornado com a situação, pretende que o mandado seja revisto pelas autoridades portuguesas, assim como foi feito com os dois anteriores, de 11 de junho e 3 de dezembro de 2008, onde não comtemplavam o novo cúmulo jurídico, fixado em março de 2010, com uma pena única de cinco anos e meio de prisão efetiva.

E adianta ainda que poderá levar o caso aos tribunais europeus. “Sou uma pessoa que não desiste. E tenho lutado sempre pelos meus direitos”, declarou o ex-presidente do Benfica.

O Tribunal de Westminister (primeira instância) considerou improcedente o terceiro pedido de extradição e de imediato o caso foi passado para o High Court, dado ser considerado a aplicação da medida de coação de permanência na residência de 24 de julho de 2008, a qual Vale e Azevedo chama de “prisão domiciliária”. Com esta medida, Vale e Azevedo entende que já “cumpriu mais tempo do que seria obrigado”.

“Há muita coisa que se tem de definir e, no fundo, só peço que seja tratado como uma pessoa qualquer e não com a exceção em que tenho sido. E, se for tratado como pessoa qualquer, quer o processo de extradição quer tudo isto terá o seu ponto final a curto prazo”, referiu.

João Vale e Azevedo, que reside num condomínio luxuoso em Londres, não pretende regressar a Portugal, mas poderá ser obrigado a fazê-lo, se a ordem de extradição for emitida pelos tribunais ingleses.

“Vamos ver primeiro o que diz a Justiça inglesa. Obviamente que o regresso é uma das possibilidades. Mas, neste momento, Portugal vai ter de tomar uma decisão sobre os quatro anos de prisão domiciliária que estou a cumprir. Tem de tomar-se uma decisão sobre os seis anos que cumpri, que perfaz mais de metade da pena, e agora com estes quatro anos”, explicou

“Sempre disse que voltaria a Portugal se fosse obrigado. Mas só volto obrigado. O país não me quer, as pessoas não me querem. Quando uma pessoa é rejeitada, só se for masoquista é que se gosta de voltar”, frisou.

O ex-presidente do Benfica e advogado de formação, sustenta que atualmente não tem qualquer pena de prisão a cumprir, depois de ter visto indeferido no ano passado o pedido de liberdade condicional e que voltar a Portugal seria “a lógica de dois mais dois ser igual a quatro”.

“A verdade passaria a ser dois mais dois é cinco. Não tinha hipótese de provar o que quer que fosse e apareceria ainda mais e mais processos e sempre com as mesmas testemunhas e eu a ser julgado pelos mesmos factos”, terminou.

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