Em entrevista ao i, o pai de Passos Coelho convida o primeiro-ministro a “entregar isto”, que “não tem conserto”, num apelo ao abandono do chefe do Governo. “Vais-te lixar!”, terá dito António Passos Coelho, quando Pedro decidiu avançar. Agora, vê o tempo dar-lhe razão. Pedro garante que não sai, sob pena de ver Portugal a necessitar de “austeridade pior do que esta”.
António Passos Coelho concede uma entrevista ao jornal i, onde aborda o lado familiar do primeiro-ministro, os conselhos que Passos recebeu da família, no passado, e as palavras que ouve, no presente. O pai do primeiro-ministro convida o filho a desistir do poder.
“Entrega isto” [demissão do Governo], que “não tem conserto”, terá dito o pai de Passos Coelho. Pedro, confessa António, reagiu com abnegação. “Posso fazer isso, mas vai ser uma tragédia para o país”.
O primeiro-ministro não quer abandonar funções, porque entende que tudo o que Portugal conseguiu “cai de um dia para o outro”. O país teria de pedir “outro resgate”, sendo que o novo Governo terá de aplicar “austeridade pior do que esta”.
“Isto está na minha mão. Como é que eu posso fazer isso?”, questionou Pedro ao pai António, nesta conversa que o pai do primeiro-ministro torna pública, na entrevista concedida ao i.
A entrada de Passos Coelho na vida política nunca foi muito bem encarada pela família, que aconselhou Pedro a não entrar neste mundo. A visão familiar, segundo António Passos Coelho, agravou-se com a eleição como chefe de Governo e com a situação económica débil que o País enfrenta.
“Nunca gostámos de que ele fosse para onde foi, porque a ideia cá em casa é que isto não tem conserto. Há muitos anos, não é de agora”, sustentou ainda o pai de Passos àquele jornal.
