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Vai ‘viajar’ para o hospital, brinca no Facebook, e perde o RSI

rsi de viagem Uma desempregada queixou-se de ter perdido o Rendimento Social de Inserção só por ter escrito, no Facebook, que ia viajar. A Segurança Social entendeu que a beneficiária saiu do país e cortou o apoio social quando, na verdade, a mulher estava a ironizar com um internamento hospitalar.

Uma mulher que ia ser internada num hospital comentou, no Facebook, que ia viajar. O problema é que o post chegou ao conhecimento da Segurança Social (SS), que terá cortado o apoio social.

De acordo com a mulher, que se queixou do caso ao Rede Regional, o Centro Distrital de Segurança Social de Santarém cancelou o pagamento do Rendimento Social de Inserção (RSI) porque a beneficiária se tinha ausentado de Portugal sem dar conhecimento à SS.

A queixosa, que tem 39 anos de idade e é natural de Abrantes, explicou que não poderia viajar nem que quisesse: na altura em que fez o tal comentário no Facebook estava a preparar-se para ser internada no hospital.

Devido a um grave acidente de viação, no ano passado, a mulher teve de ser sujeita a duas intervenções cirúrgicas. Foi precisamente quando ia ser internada para a segunda operação que, para aliviar o stress, brincou que ia viajar para a Suíça, publicando ainda a fotografia de uma menina sentada em cima de malas.

Foi no final de novembro que a SS comunicou, através de carta, o corte do RSI, no valor de 285 euros por mês, ainda citando a ex-beneficiária.

Nessa missiva, a SS justificou a decisão com a falta de cumprimento das regras por parte da beneficiária, que ao receber o RSI tem de comunicar qualquer deslocação para fora de Portugal.

E como é que a SS sabia que a mulher ia ‘viajar’? De acordo com a própria queixosa, uma técnica da SS colocou um gosto no post. A mulher garantiu, ao Rede Regional, que não encontra outra explicação.

Para tentar resolver a situação, a ex-beneficiária apresentou os comprovativos referentes ao internamento hospitalar. Porém, a SS terá recusado assumir o erro e exigido um atestado, emitido pela Junta de Freguesia, de que a mulher não teria deixado o país.

“O que é perfeitamente ridículo”, comentou a ‘turista’: “O presidente da Junta sabe lá se eu andei no estrangeiro ou não”.

O jornal referiu ainda que o Instituto da Segurança Social explicou que a situação não foi resolvida porque a queixosa não apresentou uma resposta “substantiva”, nem “explicações relativas ao caso em apreço”.

presidente da Junta de Freguesia do Rossio ao Sul do Tejo, em Abrantes, considera “surreal” o facto da Segurança Social ter exigido à mulher que perdeu o Rendimento Social de Inserção (RSI) um atestado a certificar que não saiu do país, por causa de uma brincadeira no Facebook.

“Se for realmente como ela nos transmitiu, trata-se realmente de um caso surreal, quase absurdo”, comentou o presidente da Junta de Freguesia do Rossio ao Sul do Tejo, Luís Alves, em declarações ao Correio da Manhã.

O autarca acrescentou que a Junta não tem competência para saber se uma pessoa “se deslocou para o estrangeiro” ou não.

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