João Barbosa voltou a escrever história no automobilismo português ao conseguir este domingo a sua segunda vitória nas 24 Horas de Daytona, a mais longa corrida americana, que marcou o arranque do novo campeonato United Sports Car (USC).
O piloto português, que dividiu o Corvette DP n.º 5 da Action Express Racing com o brasileiro Christian Fittipaldi e com o francês Sebastien Bourdais, iniciou a corrida na terceira posição, depois uma penalização fez a equipa perder várias posições.
Mas nada esmoreceu Barbosa e os seus companheiros de equipa, que aos poucos foram recuperando lugares e chegando-se à frente da corrida, voltando a envolver-se na luta pela vitória na fase noturna.
Aí o piloto do Porto, Fittipaldi e Bourdais não cometeram erros, e apesar do Corvette DP n.º 5 denotar algumas dificuldades ao nível da engrenagem da caixa de velocidades, foram a equipa que mais consistentemente deu luta ao Corvette DP n.º 10 da Velocity, que guiado por Max Angelleli, Wayne, Ricky e Jordan Taylor parecia caminhar para a vitória a sete horas do fim.
Mas a equipa Action Express Racing tinha a ‘lição bem estudada’, e aproveitando muito bem as situações de bandeiras amarelas foi aproveitando o facto de ter menos uma paragem do que a sua rival, colocando o carro n.º 5 na frente após o último ‘splash & dash’ (curto reabastecimento) a 40 minutos do final.
Jordan Taylor ainda tentou uma aproximação a João Barbosa após o reatamento da corrida, na sequência de uma situação de bandeiras amarelas provocadas pelo despiste do Porsche de Leh Keen, mas o português resistiu e reeditou a vitória conseguida em 2010, garantindo o tão desejoso segundo relógio Rolex, prémio entregue aos pilotos que vencem a prova.
“Tive uma boa ‘almofada de conforto’, mas apanhei o tráfego na altura errada. Não se gosta de ver o Pace Car tão perto do fim quando se está a lutar com dificuldades na caixa de velocidades. Mas foi magnífico. Um excelente trabalho de toda a equipa e dos meus companheiros”, afirmou João Barbosa no pódio, numa alusão à Action Express Racing e a Christian Fittipaldi e Sebastien Bourdais, que venceram a prova pela primeira vez.
Para ajudar à festa equipa de João Barbosa está o facto do segundo Corvette DP da Action Express Racing, guiado por John Martin, Fabien Giroix, Burt e Brian Frisselle ter terminado na terceira posição, logo atrás do carro da Velocity.
Numa corrida marcada por um terrível acidente, que no sábado levou Memo Gidley e Matteo Malucelli ao hospital, Pedro Lamy classificou-se na oitava posição, depois do seu Aston Martin ter passado várias horas nas boxes devido a problemas.
Já Filipe Albuquerque conseguiu a quinta posição na categoria GT Daytona, depois de recuperar o atraso sofrido pelo segundo Audi R8 da Flying Lizard que dividiu com Seth Neiman, Alessandro Latif e Dion Von Moltke.
“Infelizmente perdemos muitas posições nas primeiras seis horas de prova. O que obrigou a um esforço enorme para recuperar lugares e voltas. Não conseguimos repetir o feito do ano passado. Tenho pena, mas o andamento de todos os pilotos era muito semelhante, o que dificultava as recuperações. O meu tempo em pista foi sobretudo nas últimas 12 horas de corrida e estive sempre a rodar nos limites”, explicou o piloto de Coimbra.
Classificação final
1.º Barbosa/Bourdais/Fittipaldi (Corvette DP) 965 voltas
2.º Taylor/Angelelli/Taylor/Taylor (Corvette DP) + 1,461s
3.º Frisselle/Martin/Giroix/Frisselle (Corvette DP) + 19,489s
4.º Rockenfeller/Westbrook/Valliante (Corvette DP) + 2 voltas
5.º Graf/Luhr/Brundle (Oreca Nissan) + 3 voltas
6.º Pilet/Tandy/Lietz (Porsche) + 16 voltas
7.º Hand/Auberlen/Priaulx/Martin (BMW) + 16 voltas
8.º Yacaman/Pla/Rusinov/Webb (Morgan Nissan) + 17 voltas
9.º Braun/Bennett/Gue/Wilkins (Oreca FL) + 17 voltas
10.º Kimber-Smith/Potolicchio/Marsal (Oreca FL) + 18 voltas