A Ucrânia suspendeu as negociações para o acordo de associação com a União Europeia e volta a aproximar-se da Rússia. O Parlamento ucraniano suspendeu os trabalhos para a futura adesão depois de ter chumbado uma exigência europeia: a libertação de Iulia Timochenko.

A Ucrânia não vai dar seguimento ao acordo de associação com a União Europeia (UE), habitualmente o primeiro degrau de uma escada de acesso à comunidade. O Parlamento ucraniano optou por uma aproximação à Rússia e aprovou duas medidas simbólicas: para além de suspender as negociações para o acordo de associação, vetou a libertação de Iulia Timochenko.

A libertação da antiga primeira-ministra, para que pudesse receber tratamento médico na Alemanha, era uma exigência da UE para dar seguimento aos trabalhos. Contudo, os deputados ucranianos votaram ontem contra a legislação que iria permitir o fim da prisão de Iulia Timochenko.

Horas depois desse chumbo, os deputados votaram a favor da suspensão das negociações de preparação do acordo de associação, o pacto político e comercial que é considerado como um primeiro degrau de uma escada que termina com a adesão à UE. O documento deveria ser assinado na próxima semana, numa cimeira agendada para Vilnius.

A decisão do Parlamento ucraniano aproxima o país da Rússia. O país de Vladimir Putin havia ameaçado a Ucrânia de represálias económicas e o país depende quase em exclusivo da energia que vem do vizinho russo. É ainda através da Ucrânia que a Rússia fornece grande parte do gás natural que abastece a UE.

Depois das votações dos deputados, o primeiro-ministro Mykola Azarov emitiu um decreto a determinar que se “suspenda o processo de preparação do acordo de associação entre a Ucrânia e a UE” para “assegurar a segurança nacional, relançar as relações económicas com a Rússia e preparar o mercado interno para relações de igual para igual com a UE”.

Mykola Azarov realça ainda, no texto, que a Ucrânia quer “relançar um diálogo ativo com a Rússia e os membros da união aduaneira” de influência russa, embora o país deseje ter um assento numa futura comissão com a União Europeia e a Rússia.