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Um fóssil e dois casais de tartarugas na relação sexual mais antiga do mundo

tartaruga_fossilNão é comum os paleontólogos encontrarem fósseis de vertebrados, como tartarugas, preservados no tempo enquanto realizam tarefas domésticas. Muito mais raro é detetá-los num ato sexual. Mas aconteceu na cidade de Messel, Alemanha: dois casais de tartarugas pré-históricas, da espécie ‘Allaeochelys crassesculpta’, com 47 milhões de anos, foram ‘apanhados’ em plena relação sexual, que ficou eternizada num fóssil descoberto por cientistas alemães.

Aconteceu há 47 milhões de anos, data da morte destas tartarugas, segundo os cientistas alemães que descobriram esta peça única. O fóssil desdes dois casais de tartarugas é a prova do mais antigo ato sexual entre vertebrados alguma vez encontrado pelo Homem.

A espécie em causa é ‘Allaeochelys crassesculpta’. O fóssil estava escondido numa pedreira de Messel, nas imediações de Frankfurt, Alemanha. Os investigadores da Universidade de Tübingen recolheram um achado arqueológico único no mundo.

Segundo declarações do cientista Walter Joyce à AFP, “milhões de animais acabam por se tornar fósseis, mas não no momento em que se estão a reproduzir”. Nesse sentido, complementa e cientista da Universidade de Tübingen, “é altamente improvável que os dois parceiros morram ao mesmo tempo”, sendo que “as hipóteses dos dois serem fossilizados são ainda mais baixas”.

Assim, este fóssil acaba por representar uma das maiores raridades alguma vez descobertas pela comunidade científica. De acordo com os investigadores daquela universidade, estas tartarugas ‘apanhadas’ a fazer amor teriam ficado presas nas profundezas de um lago, há 47 milhões de anos. O que atualmente é uma pedreira seria, nesse passado muito longínquo, um lago numa cratera vulcânica.

Um fóssil de dois casais de tartarugas num ato sexual vai assim direto para a galeria de achados de vertebrados durante tarefas diárias. Os paleontólogos comparam esta descoberta a uma com dinossauros a cuidar do seu ninho, ou numa luta com outros animais.

Walter Joyce explica, na revista Biology Letters, onde esta descoberta foi publicada, que não é normal os animais morreram nas suas tarefas, ao contrário dos humanos. Daí que estes fósseis sejam tão pouco comuns.

Apesar de representarem uma espécie de fotografia de um ato, fósseis como este com tartarugas durante um ato sexual fornecem informações sobre a vida terrestre há milhões de anos. Sendo certo que a ciência não poderá determinar com exatidão alguns factos, pode, a partir desta descoberta, partir no sentido da especulação e eliminar hipóteses, já com base científica, avançando no conhecimento.

As tartarugas fossilizadas durante um ato sexual juntam-se a uma descoberta idêntica, em que dois insetos copulavam e que acabaram preservados em âmbar, nesse momento. Esta espécie de extinta de tartarugas ‘Allaeochelys crassesculpta’ não é, no entanto, nova para os cientistas. Só a equipa de Walter Joyce já estudou nove casais que repousavam na pedra de Messel.

Nesta cidade, há 47 milhões de anos, existia um lago, numa zona de forte emissão de gases vulcânicos. Há suspeitas de episódios de morte em massa da fauna local. E por isso Messel é considerada Património da Humanidade pela UNESCO. Nenhum outro local do mundo fornece mais informações aos paleontólogos sobre a época geológica.

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