Donald Trump aceitou hoje publicar o conteúdo da sua conversação com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que colocou os democratas mais próximo do que nunca de avançar com um processo de destituição.
“Estou na Organização das Nações Unidas (ONU), onde represento o nosso país, mas autorizei a publicação amanhã (quarta-feira) da transcrição completa (…) da minha conversa telefónica com o presidente ucraniano”, escreveu o multimilionário republicano na sua conta da rede social Twitter.
Envolvido diretamente neste assunto, o candidato à nomeação democrata para disputar a Casa Branca Joe Biden prepara-se para engrossar o número crescente de democratas que apelam a destituir Donald Trump, se este último se recusar a cooperar com os inquéritos do Congresso.
Em declaração divulgada hoje, o antigo vice-presidente de Barack Obama “vai instar Trump a cooperar com todas os pedidos legais de informação que estão suspensos, sobre a questão ucraniana e outros inquéritos”, indicou a sua equipa de campanha à AFP.
“E se Trump não se conformar, o Congresso não vai ter outra escolha senão lançar o professo de destituição”, acrescentou.
Para Biden, “os últimos abusos cometidos por Trump ultrapassam todos os anteriores”.
A partir da ONU, Trump tinha negado mais uma vez qualquer pressão sobre a Ucrânia, para procurar prejudicar o candidato democrata.
Os democratas suspeitam que Trump pressionou o seu homólogo ucraniano Zelensky, suspendendo uma ajuda militar, a inquirir a família Biden, que tem interesses neste país do leste europeu.
Isto constituiria um grave abuso de poder, uma vez que o presidente norte-americano teria utilizado as suas funções para benefício pessoal.
Considerando “ridículas” as discussões sobre um processo de destituição, Trump acusa os democratas de agitar esta possibilidade por cálculo político.