Os agricultores cercaram Paris em protesto contra a nova PAC. O bloqueio dos acessos à capital francesa por tratores originou dois acidentes, um dos quais envolvendo a polícia, dos quais resultaram uma vítima mortal e seis feridos.

‘Avant tracteurs de la patrie’: hoje, milhares de agricultores franceses rumaram à capital, Paris, para protestar contra a nova política agrícola comum (PAC), no âmbito da aprovação do orçamento comunitário para 2014-2020. Com o recurso a tratores, os manifestantes bloquearam os acessos à cidade e os problemas não tardaram a acumular-se.

Entre os acidentes registados junto à barragem dos tratores, destacam-se os dois que provocaram um morto e seis feridos. O primeiro envolveu um camião e resultou na única vítima mortal registada até ao momento. No segundo estiveram envolvidos um trator agrícola e uma carrinha da polícia antimotim, do qual resultaram os seis feridos.

Em resultado do acumular de incidentes, o Governo francês tem-se multiplicado em apelos para que os agricultores levantem o cerco, que começou às 7h00 (menos uma em Portugal continental). O ministro dos Transportes, Frédéric Cuvillier, tem sido o governante mais ativo nos pedidos.

Os protestos, porém, devem manter-se. Além de criticarem a nova PAC, os agricultores contestam “a acumulação de taxas e de regulamentos”, a “ecotaxa” e as portagens ecológicas contra os camiões mais poluentes nas estradas nacionais, uma medida que se encontra suspensa. A barragem dos tratores é apoiada pelos dois principais sindicatos agrícolas, que acusam ainda a União Europeia de discriminar os produtores de cereais enquanto beneficia os criadores de gado.

A manifestação de uns é “um escândalo” para outros, como o Jean Glavany. Para este deputado socialista, que chegou a ser ministro da Agricultura, “são os mais ricos, os que recebem mais, que estão a protestar”.