Nas Notícias

Tráfico de marfim vence o seu combate: Elefantes e rinocerontes em risco

elefanteO ano de 2011 foi o mais negro de sempre para os elefantes, desde que as vendas de marfim foram proibidas, em 1989. Estima-se que cerca de 3000 elefantes tenham sido mortos por caçadores. O negócio ilegal está a vencer o seu combate, em virtude do aumento da riqueza na China e do reforço da presença asiática em solo africano.

“Este ano que agora termina foi horrível para os elefantes. Em 23 anos de estudos, posso dizer que este é o pior de todos, no que diz respeito a grandes apreensões de marfim”, sustenta Tom Milliken, especialista na investigação de redes de tráfico de elefantes e rinocerontes, para comércio de marfim.

No início de dezembro, as autoridades da Malásia apreenderam centenas de elefantes africanos, com marfim avaliado em cerca de um milhão de euros. O marfim estava escondido em objetos de artesanato e tinha como destino Cambodja. Este foi um dos inúmeros casos que se registaram ao longo de 2011.

A maioria das apreensões envolve marfim proveniente de África com destino à Ásia, onde o aumento da riqueza “provocou uma autêntica caça ao marfim, quer de elefantes, quer de chifre de rinoceronte, também utilizados pelos chineses na medicina tradicional” – ainda que diversos estudos comprovem que o marfim não traz qualquer benefício para a saúde.

A caça furtiva está a aumentar e o combate ao crime de tráfico não está a produzir efeitos. O comércio ilegal de marfim em África aumenta ao mesmo ritmo que o investimento asiático naquele continente.

Em entrevista ao Washington Post, Tom Milliken refere que “em África, há mais asiáticos do que nunca”, o que se repercute na “escalada do comércio de marfim de elefantes e rinocerontes”. Alguns relatórios relativos à realidade na África Central “são particularmente alarmantes”.

Os elefantes e os rinocerontes “estão em risco”, porque a maioria dos casos de contrabando detetados não resulta em penas de prisão para os criminosos, que, deste modo, “estão a ganhar esta batalha”.

Em 2011, foram feitas 13 grandes apreensões, mais do dobro do que as seis que se verificaram em 2010. Há ainda registos de 443 rinocerontes mortos na África do Sul, mais 110 do que há um ano.

Centenas de elefantes são mortos e transportados, por via aérea e marítima, sendo que a maioria dos casos de contrabando de marfim passa impune. A caça furtiva reduziu para metade o número de elefantes africanos, desde 1980.

Em destaque

Subir