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Trabalhadores têm mais estudos que patrões em Portugal

Um estudo do Observatório das Desigualdades do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa – revela que os trabalhadores portugueses têm, em média, melhores qualificações do que os seus patrões.

De acordo com a análise agora tornada pública, 43,7 por cento dos trabalhadores por conta de outrem, em 2017, não tinham mais escolaridade que o nono ano, enquanto que eram 56,4 por cento os patrões cuja escolaridade não ultrapassava o nono ano.

No que toca ao ensino secundário, 23,5 por cento dos patrões têm, enquanto que é superior o número dos funcionários – 28,6 por cento dos funcionários têm este nível de ensino.

Chegados ao ensino superior, os patrões que têm este ciclo de estudos representam 20,1 por cento, enquanto que os trabalhadores têm, em média, 27,1 por cento este nível de escolaridade.

Responsáveis por esta investigação e pelo Observatório das Desigualdades acreditam que estes números podem explicar um desinteresse de muitas entidades patronais no que toca à formação nas empresas.

“[Números que] ajudam a explicar o que leva as empresas portuguesas a ainda darem pouca importância à formação escolar dos seus trabalhadores”, revela Renato Carmo, investigador do Observatório das Desigualdades, citado pela TSF.

Autor do estudo, Frederico Cantante sustenta que a “pouca valorização” que as empresas dão a uma formação que se prolonga ao longo dos anos “não é alheia à pouca formação escolar dos empresários”.

Esta análise dá pelo nome de “O mercado de trabalho em Portugal e nos países europeus” e levou em conta dados oficiais do Eurostat e do Instituto Nacional de Estatística.

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