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Suicida-se após violador ser ‘condenado’ a pedir desculpas em tribunal indiano

india violacaoindia mulher leste estado bengalaEm Bengala, na Índia, uma mulher suicidou-se, imolando-se, depois de um tribunal indiano ter condenado o violador a um simples pedido de perdão. Segundo o Times of India, o caso ocorreu na quarta-feira, no distrito de Malda.

Uma mulher que fora violada por um homem, na Índia, decidiu imolar-se quando tomou conhecimento da ‘sentença’ proferida por um tribunal de Bengala, num caso de violação provada.

O homem foi ‘condenado’ a um pedido de perdão, na passada quarta-feira, o que revoltou a vítima. A mulher suicidou-se, no distrito de Malda, considerando que a decisão do juiz constitui uma “humilhação”, segundo escreve o Times of India, que cita o marido da vítima.

A agência Efe revela que o condenado, Nabin Mandal, entrou na casa da mulher, no distrito de Malda, violando-a em frente aos três filhos. O marido tentou vingar-se, mas os vizinhos impediram-no de fazer justiça pelas próprias mãos.

O caso chegou à barra dos tribunais, mas a sentença proferida em Bengala provocou uma revolta na mulher, que se suicidou, não apenas como protesto, mas como alerta para um crime que passa quase sempre impune e que é muito recorrente na Índia, onde milhares de mulheres são violadas todos os anos.

As autoridades já prometeram mão pesada para os autores de agressões sexuais, mas a verdade é que, mais uma vez, a condenação fica muito aquém das promessas de penas duras para os homens que violarem mulheres indianas e estrangeiras.

A única punição, neste caso, foi o pedido de perdão. O tribunal nem sequer multou o homem. Só terá de pagar uma coima se reincidir no crime. O marido da vítima e a sua mulher ficaram em choque com a sentença, que consideram “humilhante” e “desrespeitosa” para a Índia.

Sabitri Mitra, ministro de Assuntos Sociais do Estado de Bengala, referiu, segundo a Efe, que pretende que o agressor seja detido.

Recentemente, um tribunal indiano proferiu uma sentença bem mais pesada, para um crime idêntico, condenando quatro homens a prisão perpétua, num caso de agressão sexual coletiva, cuja vítima era uma jovem de 18 anos.

Este não é o primeiro caso em que uma mulher se suicida, após penas leves impostas a violadores que as agrediram. Em março desde ano, uma paquistanesa imolou-se, pelo fogo, ao saber que três dos homens que a tentaram violar foram libertados pelas autoridades.

De acordo com uma fonte policial, a mulher apresentou-se em frente a uma esquadra, em Muzaffargarh, e ateou fogo à própria roupa. A jovem viria a morrer, no hospital.

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