Para José Sócrates, o Governo “tem vergonha de dizer o que pensa” e recorre a César das Neves como porta-voz não oficial. “As palavras de César das Neves não são de um economista, são de um ativista político”, afirma o comentador político da RTP.
José Sócrates comentou ontem as recentes declarações de João César das Neves, o economista para quem “a maior parte dos pensionistas estão a fingir que são pobres” e que defende o não aumento do salário mínimo para não “estragar a vida aos pobres”. Essas afirmações, no entender de Sócrates, são na verdade as ideias do executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
“O Governo tem vergonha de dizer o que pensa e põe outros a falar por ele”, alegou o comentador político da RTP, sustentando que “as palavras de César das Neves não são de um economista”, mas sim “de um ativista político”.
Para Sócrates, César das Neves é um porta voz não oficial de um Governo com “uma falta de rumo e de liderança”, o que demonstra a “total desorientação do discurso político do Governo”, criticou.
Essa “total desorientação”, reforçou o ex-primeiro-ministro, foi agravada pelo guião para a reforma do Estado, um documento da autoria de Paulo Portas, vice-primeiro-ministro e presidente do CDS: “o PSD está agora a juntar-se a todos aqueles que criticavam o guião de Paulo Portas. Pensava que o guião era dos dois partidos, mas isto prova que o PSD não se revê no guião do vice-primeiro-ministro”.
