Segundo Silva Peneda, presidente do Conselho Económico e Social (CES), houve uma “captura do poder político por parte do sistema financeiro”, o que coloca Portugal perante a necessidade de definir um projeto de longo prazo. O líder do CES, que falava durante o aniversário da UGT, em Lisboa, considerou ainda que “o poder político falhou”, na sua tarefa de disciplinar os mercados financeiros.
O presidente do CES tem uma visão negativa sobre o passado recente de Portugal. Durante o 35.º aniversário da União Geral de Trabalhadores, em Lisboa, Silva Peneda defendeu que o poder político está dominado pelo poder financeiro.
“A maior transformação dos últimos tempos foi a captura do poder político pelo poder financeiro”, sustentou o presidente do CES, em declarações reproduzidas pela agência Lusa.
Para Silva Peneda, Portugal tem de definir projetos de longo prazo e pensar a 10 anos, sem que os ciclos políticos e as alternâncias de poder possam afetar o desenvolvimento do país.
“O sistema político falhou”, sublinhou o presidente do Conselho Económico e Social, numa intervenção crítica, com espírito construtivo. E falhou porque não foi capaz de “disciplinar o sistema financeiro”, tornando-se submisso.
Assim, Portugal necessita de um novo modelo de desenvolvimento que garante o equilíbrio das contas públicas, a reforma do Estado e o crescimento económico. Sem estes pilares, dificilmente o país recupera desta crise.
“Medidas de curto prazo não resolvem o problema da economia portuguesa e do desemprego”, salientou ainda Silva Peneda.
