Os seropositivos na Índia chegam a ser discriminados pela família e chegam a esconder a doença até ao casamento. Para evitar a disseminação da sida, Anil Valiv criou um site para promover encontros entre pessoas infetadas: quem usa diz ser “um raio de esperança”.

A inclusão social através das redes informáticas é a mais recente forma de combater a discriminação contra os seropositivos na Índia. A sida é ainda um estigma, ao ponto dos próprios familiares se afastarem das pessoas infetadas. Namorar e casar torna-se um objetivo quase impossível para a maioria dos seropositivos.

Desde 2006 que há um site para resolver esse problema. Anil Valiv, que é seropositivo, lançou o “PositiveSaathi” para ajudar a promover os encontros entre quem está a ser discriminado por ter o vírus da imunodeficiência humana (HIV, na sigla internacional). A experiência de Valiv, cuja vida se tornou “num pesadelo” quando conheceu o diagnóstico, serviu de base para a iniciativa.

O site só avançou quando o indiano, de 43 anos, percebeu que o estigma poderia contribuir para disseminar a doença, utilizando (em declarações à BBC) o exemplo que um médico lhe contou: “uma pessoa contou ao médico que, caso não encontrasse uma pessoa com HIV em breve, optaria por casar-se com uma mulher saudável sem revelar que era portador do vírus. Isso fez-me perceber o quão difícil é para as pessoas nesta condição encontrar parceiros”.

“O site apareceu como um raio de esperança na fase mais complicada da minha vida”, admitiu Nisha, uma das mais de 5000 pessoas registadas no site. Quase dois terços dos inscritos residem em zonas rurais, onde o acesso à internet é mais difícil.

O “PositiveSaathi” nasceu depois de Anil Valiv, que trabalha no Departamento de Transportes do Estado, ter incentivado os colegas a fazer os exames ao HIV, dado que os motoristas são um grupo de alto risco.