A possibilidade de Alberto João Jardim contar com o apoio do CDS, nas eleições regionais da Madeira, está colocada de lado, numa altura em que surgem ecos de rutura entre o líder do Governo Regional e Cavaco Silva. “Não fazemos qualquer coligação e só conversaremos com o PSD-Madeira se Jardim sair”, referiu José Manuel Rodrigues, candidato centrista na região.
Coligados no Governo da República, CDS-PP e PSD permanecerão de costas voltadas enquanto Alberto João Jardim for o líder social-democrata, na Madeira.
Jardim sente que está sozinho e já veio dizer que o CDS “seria o parceiro ideal”. Mas, José Manuel Rodrigues exige “mudança de líder” e uma “revolução profunda” para colocar a hipóteses de se coligar com o PSD na região.
Em declarações à agência Lusa, o candidato centrista não deixou margens para dúvidas: “Não nos coligamos e só colocamos a possibilidade de um acordo pós-eleitoral se o PSD mudar de líder e fizer uma profunda revolução”.
Desde modo, o candidato do CDS-PP volta a disparar na direção de Alberto João Jardim. Recorde-se que Rodrigues aplaudira a decisão de Pinto Monteiro em instaurar um inquérito-crime. De forma lacónica e incisiva, afirmou “ocultar dívida é um crime”, quando confrontado com a medida do procurador-Geral da República.
Segundo José Manuel Rodrigues, o Partido Social Democrata necessita de “um modelo político, económico e social” para a Madeira, algo que os centristas consideram ser urgente.
No entanto, os sinais de ‘rutura regional’ foram dados do Continente, quando o deputado centrista Telmo Correia afirmou que o “indício público da prática de um crime” exige a abertura de um inquérito.
“Este é um procedimento normal, razoável e até obrigatório”, disse o deputado, na Assembleia da República, em declarações feitas aos jornalistas. Alberto João Jardim está cada vez mais sozinho, numa ilha, sem o apoio do líder do PSD nacional.
Passos Coelho não o afirmou de forma categórica, mas deixou sinais mais do que evidentes que não aceita a ocultação da dívida da Madeira, num buraco que pode chegar aos 5000 milhões de euros.