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Segundo resgate será “desesperante”, avisa Alberto João Jardim

alberto joao jardimalb j jardim big“Os mercados não vão funcionar só pelo facto cronológico de haver o fim do ajustamento”, avisa Jardim, para quem será “desesperante” se Portugal recorrer a um segundo resgate. O líder madeirense deixa ainda elogios a Rui Machete, “uma mais-valia para este Governo”.

A austeridade imposta pelo resgate a Portugal pode obrigar o país a necessitar de um segundo resgate: assim conclui o presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim. Numa entrevista à RTP Informação, Jardim confessou o receio de que a economia não esteja “recuperada” quando a troika for embora.

“O meu receio é este: com esta austeridade atrás de austeridade, a economia portuguesa não estar suficientemente recuperada, porque os mercados não vão funcionar só pelo facto cronológico de haver o fim do ajustamento financeiro. Vão ver em que estado está este país, em que estado está a economia, que capacidade tem para se financiar nos mercados”, afirmou o líder madeirense.

“Ora, se a economia estiver ainda mais destruída com esta austeridade, vamos ter um problema e não podemos entrar num segundo plano de resgate, isto é desesperante”, concluiu Jardim.

O programa de austeridade “é algo de contraprodutivo” no sentido em que, ao pôr as contas do país em dia vai destruindo a economia, considerou o governante, que preferia ver a troika a defender a reestruturação da dívida, o aumento da procura e a reforma do Estado.

Uma reforma do Estado que até tem um guião, apresentado há dias pelo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas. Para Alberto João Jardim, o documento é “muito genérico”. O Governo da Madeira entende que pode fazer melhor e, revelou, vai preparar um guião para entregar ao executivo liderado por Passos Coelho.

Jardim anunciou ainda que, após a aprovação do Orçamento de Estado para 2014, os deputados do PSD eleitos pela Madeira vão apresentar um projecto de revisão constitucional.

O histórico do PSD comentou ainda a polémica que envolve o ministro dos Negócios Estrangeiros, que anunciou os 4,5 por cento de taxa de juro como condição essencial para Portugal evitar um segundo resgate. “Se há pessoa séria, bem formada, se há uma mais-valia para este Governo, é Rui Machete”, defendeu.

Na entrevista, o presidente do Governo Regional admitiu a surpresa da pesada derrota autárquica na Madeira, onde o PSD perdeu sete das 11 câmaras. Foi difícil “passar a mensagem”, justificou, e o desgaste da liderança também prejudicou: “estou há 35 anos no Governo. É muito tempo, por muito positiva que seja a obra”.

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