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Se Raif Badawi não aguenta as chicotadas há os intelectuais norte-americanos

raif badawi O castigo aplicado na Arábia Saudita a Raif Badawi continua a gerar reações. O ‘blogger’ devia ter sido chicoteado hoje, mas os médicos atestaram que o condenado não tinha saúde para a segunda flagelação. Em protesto, vários intelectuais dos EUA avançam para receber as chicotadas.

Sete intelectuais norte-americanos ofereceram-se para receber as 50 chicotadas (e as restantes 900) que hoje deveriam castigar Raif Badawi, condenado por criticar no blogue o regime da Arábia Saudita.

O ‘blogger’ foi condenado a um total de mil chicotadas, devendo receber 50 ao meio-dia de cada sexta-feira. Porém, a primeira ‘sessão’ foi na semana passada e Badawi não recuperou, como atestou uma equipa de médicos nomeada pelo regime saudita.

Em protesto contra o castigo “desumano” aplicado pela Arábia Saudita, os elementos da Comissão para a Liberdade Religiosa Internacional dos EUA ofereceram-se para ‘dividirem’ entre eles as 950 chicotadas que faltam.

Em causa estão nomes consagrados, com ligações a prestigiadas universidades e com diferentes crenças religiosas.

Os sete intelectuais propõem-se a receber cada um 100 chicotadas caso a Arábia Saudita anule a condenação de Badawi, tanto mais que os líderes sauditas se fizeram representar na manifestação de Paris pela liberdade de expressão, a 20 de janeiro, na sequência dos atentados cometidos por extremistas na capital francesa.

Recorde-se que, para além das mil chicotadas, o ‘blogger’ foi condenado a dez anos de prisão e a uma pesada multa.

Entre os intelectuais há católicos, como Roberte George (Universidade de Princeton) e Mary Ann Glendon (Harvard), um muçulmano (Zuhdi Jasser), judeus (Hannah Rosenthal, Eric Schwartz e Daniel Mark) e até uma mormón que é filha de um congressista que sobreviveu ao Holocausto (Katrina Lantos Swett).

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