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Sangue de dador habitual aceite no Hospital de S. José não serve para o Instituto Português do Sangue

doar sangueHá um dador de sangue a queixar-se de que a mesma entidade que lhe conferiu o cartão de dador não aceita a dádiva, a qual nunca é recusada no Hospital de S. José. “O meu sangue está válido, é bom ou não”, questiona-se João Belo.

O Instituto Português do Sangue (IPS) recusa comentar o caso particular de João Belo por falta de dados, pelo que a dúvida continua por responder: como pode uma dádiva de sangue ser aceite numa instituição e recusada noutra? Pois é isto que tem sucedido com este dador em particular, cujas dádivas são sempre aceites no Hospital de S. José e, quando por necessidade se desloca a outro ponto para a colheita de sangue, o mesmo é recusado.

“Continuo a dar sangue normalmente duas vezes por ano no Hospital de São José, onde têm todo o meu historial clínico e entenderam que não havia problemas”, explicou João Belo, citado pela Lusa, reforçando que por várias vezes foi convocado pela unidade hospitalar para fazer novas doações.

Dador há 30 anos, tem cartão emitido pelo IPS, a mesma entidade que depois recusa as dádivas por, há 18 anos, ter recebido um diagnóstico não conclusivo de um melanoma, na sequência de uma troca de exames numa instituição pública. Segundo João Belo, o Hospital de S. José nunca lhe recusou qualquer dádiva, até por ter o historial clínico completo.

Há sete anos, surgiu a primeira recusa, num posto de colheita móvel. Em causa estaria o tal melanoma, considerado um fator impeditivo da doação. Como o hospital continuava a aceitar as dádivas, João Belo não sentiu obstáculos até julho deste ano, quando a doação foi recusada em plena sede do IPS.

“Como é que me emitem um cartão de dador quando pela ficha clínica deles eu não posso dar sangue? É tudo muito estranho. No ano passado até me enviaram um diploma de dador de sangue por ter mais de 10 dádivas”, comenta, confessando não perceber “os critérios” subjacentes, tanto mais que, nesse dia, o Hospital de S. José aceitou uma doação, a qual “estava em conformidade”.

“Questiono-me: o meu sangue está válido, é bom ou não? De acordo com as análises do Hospital de São José, o meu sangue é bom, nunca houve recusa”, complementa.

Da parte do IPS, a resposta oficial justifica que os critérios de triagem de dadores “são uniformes em todos os centros de colheita de sangue em Portugal” e que “o processo transfusional é feito com grande rigor e garantindo sempre a segurança do dador e de quem recebe os componentes sanguíneos”, não se pronunciando sobre o caso de João Belo por não ter os dados concretos, nomeadamente sobre os motivos pelos quais a dádiva é aceite no hospital e recusada noutros pontos.

A instituição que aceita o sangue deste doador defende, através da resposta enviada pelo Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE à Lusa, que João Belo “cumpre todos os requisitos exigidos pelo procedimento de triagem médica para a dádiva de sangue”.

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