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Rui Rio considera “má notícia” as previsões sobre o défice

O presidente do PSD, Rui Rio, considerou hoje uma “má notícia” as previsões de primavera da Comissão Europeia para Portugal relativamente ao défice, defendendo que este deveria baixar um pouco todos os anos.

“O abrandamento da economia portuguesa já sabemos. Está no programa de estabilidade e foi um dos motivos de crítica do PSD da pouca ambição relativamente ao crescimento. No que concerne ao défice, se assim for, é uma má notícia, porque o défice público foi de 0,9 em 2017. Aquilo que se impõe é que em 2018 seja um défice menor e em 2019 ainda menos”, disse o líder social-democrata.

Rio Rio falava aos jornalistas à margem de uma visita de mais de uma hora à empresa Simoldes, em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro.

O líder do PSD disse esperar que estas previsões da Comissão Europeia não se concretizem, sustentando que a descida do défice é “absolutamente vital” para o equilíbrio da economia portuguesa.

“Esperamos que as previsões da Comissão Europeia sejam negativas relativamente àquilo que vai ser a realidade. Não é defensável que o Governo não baixe o défice todos os anos um bocado”, afirmou.

A Comissão Europeia estima que o défice português deste ano e do próximo seja superior ao previsto pelo Governo, de 0,9 por cento e 0,6 por cento do PIB, respetivamente, e admite que novos apoios à banca possam piorar as estimativas.

Nas previsões de primavera divulgadas hoje, a Comissão Europeia projeta um défice orçamental português de 0,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), “com o impacto de outras operações de apoio à banca, em particular a ativação do Mecanismo de Contingente de Capital do Novo Banco (0,4 por cento do PIB), enquanto o défice excluindo medidas extraordinárias deve melhorar para 0,5 por cento do PIB”.

A estimativa da Comissão fica acima do previsto pelo executivo liderado por António Costa que, no Programa de Estabilidade, estima um défice de 0,7 por cento do PIB este ano, incluindo o empréstimo que o Estado terá de fazer ao Fundo de Resolução para recapitalização do Novo Banco.

Já para 2019, e num cenário de políticas invariáveis, ou seja, em que se consideram apenas as medidas políticas já tomadas, Bruxelas estima um défice orçamental de 0,6 por cento.

Esta projeção é superior também à meta definida pelo Governo: no próximo ano, último da legislatura, o executivo estima um défice próximo de zero, de 0,2 por cento do PIB.

O executivo comunitário prevê ainda que o crescimento da economia portuguesa abrande este ano e no próximo, ao avançar 2,3 por cento e 2 por cento, respetivamente, menos do que o previsto pelo Governo para 2019.

Nas previsões de primavera divulgadas hoje, Bruxelas estima que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português “continue robusto”, depois de uma “forte aceleração” no ano passado, quando a economia avançou 2,7 por cento.

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