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Roubaram o nenúfar: Em Londres investiga-se desaparecimento de anão ugandês

anao ugandes 210anao ugandesAlguém roubou o nenúfar anão ugandês dos jardins botânicos de Kew, em Londres. A Scotland Yard está a investigar o desaparecimento da planta, tanto mais que se trata de um exemplar de uma espécie rara: o anão ugandês é um nenúfar raro.

O nenúfar anão ugandês que os responsáveis da estufa Príncipe de Gales, nos jardins botânicos de Kew (Londres), tanto se esforçaram para florescer foi roubado. A planta é extremamente rara, pelo que a polícia metropolitana e a Scotland Yard começaram de imediato a investigar o caso.

“Os nossos trabalhadores dedicam-se à conservação de plantas e os incidentes deste tipo supõem um golpe na nossa confiança. Levamos muito a sério os furtos na nossa coleção científica de plantas, que não tem preço”, salientou o diretor de horticultura dos jardins de Kew, Richard Barley.

O  nenúfar anão ugandês, que tem o nome científico de ‘Nymphaea thermarum’, media apenas um centímetro de diâmetro na altura do roubo. A Scotland Yard acredita que a planta foi retirada “por algum visitante” na última quinta-feira, embora só hoje tenha divulgado o incidente.

A espécie ficou praticamente extinta em 2008, ano em que a região onde existia – na fronteira entre o Ruanda e o Uganda – foi assolada por uma primavera muito quente, a qual fez secar as águas termais de Mashyuza. Sobraram apenas algumas sementes que, durante anos, nunca germinaram, para desespero dos cientistas alemães e britânicos que tentaram recuperar a espécie.

O nenúfar anão ugandês de Londres foi uma das escassas experiências bem sucedidas, quando só restavam dois lotes de sementes. Coube ao horticultor Carlos Magdalena recriar, em estufa, as condições propícias para a germinação. Os especialistas dos jardins botânicos de Kew conseguiram reproduzir cerca de 50 plantas, nos últimos dois anos, o que não evitou que a ‘Nymphaea thermarum’ continue criticamente ameaçada de extinção.

Estes fatores tornam o nenúfar roubado muito valioso, ao ponto dos responsáveis pela estufa não conseguirem sequer avançar com um preço. O nenúfar roubado está praticamente condenado à morte, uma vez que exige temperaturas muito precisas e níveis exatos de oxigénio e dióxido de carbono.

A investigação das forças policiais é dificultada pela ausência de registos em vídeo das visitas de quinta-feira: apesar de terem o maior banco de sementes do mundo, os jardins botânicos londrinos não estão equipados com câmaras de segurança.

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