Nas Notícias

Resíduos de São Pedro da Cova: Sócrates foi alertado em 2001

Dez anos após depósito de toneladas de resíduos perigosos em São Pedro da Cova, o LNEC diz que há perigo para a saúde pública. A Junta de Freguesia revela que denunciou o caso a José Sócrates, em 2001, quando o atual primeiro-ministro era titular da pasta do Ambiente. 

O LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil acaba de revelar que as 88 toneladas de resíduos tóxicos depositados em São Pedro da Cova, há 10 anos, têm concentrações de chumbo que violam a lei e representam um grande perigo para a saúde pública.

A população daquela freguesia de Gondomar esteve exposta, na última década, a um perigo de contaminação. Segundo a Quercus, subsiste uma “probabilidade forte” de os resíduos terem contaminado as águas, pelo que se exige “uma análise imediata a essas águas”.

A Junta de Freguesia local, na voz do presidente, acusa o Governo de então, cujo ministro do Ambiente era José Sócrates, de ter ignorado os alertas feitos pela própria autarquia.

“Não podemos deixar de lamentar que apenas 10 anos após a denúncia do depósito destes resíduos, só agora se confirme o problema. A denúncia foi feita em 2001, junto das autoridades competentes e do Ministério do Ambiente, então dirigido pelo atual primeiro-ministro”, lamenta Daniel Vieira.

Em declarações reproduzidas pela Rádio Renascença, o líder do executivo de São Pedro da Cova recorda também que “há nove meses a ministra do Ambiente assumiu o compromisso, na Assembleia da República, de analisar estes resíduos”.

Postura diferente adota o presidente da Câmara de Gondomar, Valentim Loureiro, que garante que “a população não corre risco”, uma vez que as águas subterrâneas não são utilizadas e não afetam a rede pública de abastecimento.

Os detritos foram produzidos pela extinta Siderurgia Nacional e depositados nas minas que existiam em São Pedro da Cova. A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte determina que esses resíduos sejam removidos imediatamente, num processo que tem de ficar concluído até ao final do ano.

Segundo esta Comissão, as águas subterrâneas terão de ser avaliadas e sujeitas a uma monitorização, para garantir que toda a toxicidade é eliminada. Depois, serão transferidas para um centro de tratamento de resíduos perigosos. No entanto, subsiste a possibilidade de os riscos não poderem ser totalmente eliminados.

Em destaque

Subir